domingo, 6 de novembro de 2011

"Smoking In Heaven" - Kitty, Daisy & Lewis - 2011


Em uma resenha de 2 de janeiro de 2009, eu classificava o trio inglês formado pelas adolescentes Kitty e Daisy mais o irmão Lewis como “uma grata e deliciosa surpresa de 2008”. De lá para cá muita coisa mudou. A banda de Kentish Town, Londres, fez turnê abrindo para o Coldplay e recebeu palavras afetuosas de nomes como Amy Winehouse. Em 2011, com mais alguns anos na bagagem e não mais tão jovens como outrora, o trio chega a um novo álbum.

“Smoking In Heaven” tem 13 faixas e foi gravado em uma garagem, e assim como o primeiro utilizou somente aparelhos analógicos nesse processo. Lançado pelo selo Sunday Best, o registro mostra um evidente crescimento em relação a estreia. A sonoridade dos anos 50 calcada no rockabilly mais cru de um pub qualquer desse tempo, ganhou novos adornos e passa a transitar pelo ska e pop sessentista, dois estilos tão enraizados na cultura da música jovem inglesa.

Se anteriormente o convite era direcionado somente a diversão do rock básico e baseado quase que exclusivamente em covers, agora esse convite ganha músicas compostas pelos integrantes e um grau mais elevado de swing. Uma prova dessa nova faceta já ouvimos logo na abertura com “Tomorrow”, um ska que remete as origens jamaicanas do estilo, porém não foge de nomes contemporâneos como The Specials ou Madness, ícones maiores da onda do ska no Reino Unido.

A partir daí o jovem trio se divide em boogie-woogie (“Will I Ever”), country rock (“Baby Don't You Know” e “Smoking In Heaven”), rock mais moderno (a ótima “Don't Make A Fool Out Of Me”), rockabilly seco (“I'm Going Back” e “You'll Be Sorry”), instrumentais (“Paan Man Boogie” e “What Quid?”), pop dancehall (“Messing With My Life”), blues (“You'll Soon Be Here”), novamente ska (“I'm So Sorry”) e pequenas baladas com cheiro de naftalina (“I'm Coming Home”).

Com “Smoking On Heaven”, Kitty, Daisy & Lewis se posicionam de vez no campo de uma juventude que renega parte dos modos atuais e prefere música e vestimentas de outra época. O avanço da sonoridade indica uma diversão menor, no entanto passa a mostrar o lado compositor dos músicos, que vão acertando e errando como quaisquer outros em formação. No final, representa um disco gostoso de ser ouvido, principalmente para quem admira os anos que o trio homenageia.

Sobre o álbum de estreia, passe aqui.


Assista o clipe de “Don't Make A Fool Out Of Me”: 


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