Tem um samba antigo que diz
assim: “Sei que choras palhaço (...) enxuga as lágrimas e me dê um abraço. E
não te esqueças que és um palhaço, faça a platéia gargalhar. Um palhaço não
deve chorar”. De autoria de Nelson Cavaquinho junto com Oswaldo Martins e
Washington Fernandes, essa música reflete bem o momento da vida pelo qual
Benjamin, mais conhecido como o palhaço Pangaré, vem passando a frente do seu
circo que viaja com o lúdico nome de “Esperança”.
No Brasil dos anos 70, o circo que Benjamin comanda junto com o pai Valdemar (o palhaço Puro Sangue) se mete em cidades pequenas espalhando um pouco de alegria e batalhando para sobreviver. Junto aos dois palhaços interpretados por Selton Mello e Paulo José (em um trabalho soberbo), se reúne uma turma de desajeitados que a sua maneira própria constituem uma espécie de família. Uma família que na cabeça de Benjamin, parece que não lhe serve como antigamente.
Assim funciona “O Palhaço”, o novo filme de Selton Mello como diretor após o bom “Feliz Natal” de 2008. Contando novamente com a ajuda de Marcelo Vindicatto no roteiro, o cenário que se vê é quase que plenamente diferente do primeiro trabalho. Em comum aos dois filmes, talvez fique somente o silêncio imposto em alguns momentos. No mais, “O Palhaço” é uma alegoria de drama com comédia em tom menor, onde o pano de fundo é a busca por se encontrar.
Enquanto o circo se apresenta para públicos de 30, 40, 50 pessoas e repete as mesmas piadas envolvendo o prefeito, o vagabundo e o local de prostituição da cidade, Benjamim parece cada vez mais distante e sem tesão para continuar. As coisas não vem dando certo e falta dinheiro para comprar desde um ventilador até um sutiã novo para uma integrante da trupe. Mesmo sem muita habilidade emocional, cresce cada vez mais a vontade de mudar, de conhecer novas estradas.
A situação pela qual o personagem de Selton Mello passa é comum a todos em algum grau da vida. Chega sem explicar aquele dia em que você pensa seriamente se o que está fazendo te faz feliz, te completa de alguma maneira. A esse sentimento tão comum, “O Palhaço” insere pequenas pinceladas de fantasia e emoção, embarcadas com sabedoria na direção de arte de Claudio Amaral Peixoto, na fotografia de Adrian Teijido e na música de Plínio Profeta. Um mosaico de beleza e dor.
O longa também é um balcão de homenagens que vai desde “Bye Bye Brasil” (filme de Cacá Diegues de 1979) e Os Trapalhões até Charles Chaplin e Oscarito. Presenças rápidas como a de Moacyr Franco e Ferrugem dão um brilho ainda maior a um trabalho feito na medida certa para encantar. Quem morou no interior e viu circos iguais ao Esperança na juventude, vai sentir uma doce nostalgia no coração enquanto assiste a busca do palhaço Pangaré por sorrisos também na sua própria vida.
Site oficial: http://www.opalhacofilme.com.br
Sobre “Feliz Natal”, o filme anterior de Selton Mello, passe aqui.
Assista ao trailer:
No Brasil dos anos 70, o circo que Benjamin comanda junto com o pai Valdemar (o palhaço Puro Sangue) se mete em cidades pequenas espalhando um pouco de alegria e batalhando para sobreviver. Junto aos dois palhaços interpretados por Selton Mello e Paulo José (em um trabalho soberbo), se reúne uma turma de desajeitados que a sua maneira própria constituem uma espécie de família. Uma família que na cabeça de Benjamin, parece que não lhe serve como antigamente.
Assim funciona “O Palhaço”, o novo filme de Selton Mello como diretor após o bom “Feliz Natal” de 2008. Contando novamente com a ajuda de Marcelo Vindicatto no roteiro, o cenário que se vê é quase que plenamente diferente do primeiro trabalho. Em comum aos dois filmes, talvez fique somente o silêncio imposto em alguns momentos. No mais, “O Palhaço” é uma alegoria de drama com comédia em tom menor, onde o pano de fundo é a busca por se encontrar.
Enquanto o circo se apresenta para públicos de 30, 40, 50 pessoas e repete as mesmas piadas envolvendo o prefeito, o vagabundo e o local de prostituição da cidade, Benjamim parece cada vez mais distante e sem tesão para continuar. As coisas não vem dando certo e falta dinheiro para comprar desde um ventilador até um sutiã novo para uma integrante da trupe. Mesmo sem muita habilidade emocional, cresce cada vez mais a vontade de mudar, de conhecer novas estradas.
A situação pela qual o personagem de Selton Mello passa é comum a todos em algum grau da vida. Chega sem explicar aquele dia em que você pensa seriamente se o que está fazendo te faz feliz, te completa de alguma maneira. A esse sentimento tão comum, “O Palhaço” insere pequenas pinceladas de fantasia e emoção, embarcadas com sabedoria na direção de arte de Claudio Amaral Peixoto, na fotografia de Adrian Teijido e na música de Plínio Profeta. Um mosaico de beleza e dor.
O longa também é um balcão de homenagens que vai desde “Bye Bye Brasil” (filme de Cacá Diegues de 1979) e Os Trapalhões até Charles Chaplin e Oscarito. Presenças rápidas como a de Moacyr Franco e Ferrugem dão um brilho ainda maior a um trabalho feito na medida certa para encantar. Quem morou no interior e viu circos iguais ao Esperança na juventude, vai sentir uma doce nostalgia no coração enquanto assiste a busca do palhaço Pangaré por sorrisos também na sua própria vida.
Site oficial: http://www.opalhacofilme.com.br
Sobre “Feliz Natal”, o filme anterior de Selton Mello, passe aqui.
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