Em meio a uma guitarra distorcida aqui, uma bateria ritmada ali e uma base eletrônica acolá, se ouvia no Centro de Convenções do Hangar em Belém (PA) nos dias 18, 19 e 20 de novembro, murmurinhos e opiniões que destoavam daquilo que os olhos se agradavam em ver. É verdade que essas conversas eram uma minoria, mas realmente chegavam a incomodar um pouco. Enquanto desfrutavam de uma estrutura excelente, alguns optavam por um discurso pobre, reducionista e conformista.
De todos os lados que o Festival Se Rasgum teve na 6ª edição, esse lado destacado acima foi o menos satisfatório. Depois de edições que passaram por Parque dos Igarapés, Açaí Biruta e African Bar, o festival desembarcou de vez esse ano no Complexo do Hangar, para aumentar o gradual salto de qualidade de produção que vem exibindo desde o começo. Na sexta-feira ainda dividindo o espaço com o sucesso platinado de Paula Fernandes e assumindo sozinho no sábado e no domingo.
Essa edição teve 22 shows que abraçaram de vez a diversidade de ritmos que o festival se empenha em fazer nos últimos anos. Uniu nomes consagrados como Lobão e Leoni a alternativos como Bidê ou Balde e DeFalla, passou por promessas como Gang do Eletro e Maquine e por queridinhos da mídia como Marcelo Jeneci, além dos destaques regionais Mestre Vieira e Arraial do Pavulagem. E talvez tenha sido nesse ano que essa diversidade tenha funcionado de modo mais coeso.
A esses shows, some-se uma
estrutura física que poucos festivais exibem país afora. Setores climatizados,
banheiros extremamente limpos, uma praça de alimentação com boa comida, fácil acesso
e estacionamento amplo. Para fazer coro aos dois palcos do festival, o
Laboratório Música Paraense que exibe DJ’s e atrações ao vivo, invadiu o deck
do Hangar e proporcionou além de um lugar de descanso ao ar livre, uma
diversificação total de música que agradava em uma bela paisagem com água em
volta.
Com tudo isso, ficava cada vez
mais difícil aceitar o discurso com pérolas como “O Se Rasgum não foi feito
para o Hangar” ou “As coisas não estão fluindo legal no Hangar”. Isso é típico
de uma cidade como Belém, sempre amarrada nas suas certezas e pretensa conversa
crítica, mas que se revela oca e vazia quase sempre. Para quem participou de
todas as edições do festival, ficava claro e latente que ali se iniciava uma
nova fase, a fase do “quero ser grande e conquistar muito mais público”.
E é esse o negócio. Quanto mais
público pagar para entrar, mais retorno todos terão. Entre eles produtores,
músicos, patrocinadores e o próprio público que poderá ver cada vez mais
atrações de alto nível. Quem saiu de casa para ver somente o Leoni, conheceu o
Suzana Flag, Projeto Charmoso e Eddie. No dia do Lobão, deu para se divertir
com a Gang do Eletro e DeFalla e apreciar a mistura do Maquine e o rock de
arena competente dos uruguaios do El Cuarteto de Nos.
No domingo, a bordoada do Fusile
e o showzaço do Mestre Laurentino com os Cascudos (Elder Effe, João Lemos,
Camilo Royale e Junhão), fez coro a beleza regional do Arraial do Pavulagem e a
do Mestre Vieira, que acompanhado da sua banda os Dinâmicos, encantou os
presentes com boa música e o carinho do vocalista Dejacir. Isso sem contar a
cacetada sonora de BNegão e Os Seletores de Frequência e o show perfeito e
corretinho de Marcelo Jeneci já na madrugada da Cidade das Mangueiras.
É lógico que houveram pequenas falhas e ainda alguns atrasos, mas nada que pudesse arranhar a última edição de um festival que busca cada vez a passos mais largos um lugar entre os maiores do país (entre os melhores, dá para afirmar que já está). O que se viu no Hangar nos dias 18, 19 e 20 de novembro de 2011, foi o Se Rasgum afirmando com classe e convicção a vontade de ser maior. Um marco para o festival e uma pena para aqueles que vivem no passado e acham que ser bem tratado faz mal para a música.
É lógico que houveram pequenas falhas e ainda alguns atrasos, mas nada que pudesse arranhar a última edição de um festival que busca cada vez a passos mais largos um lugar entre os maiores do país (entre os melhores, dá para afirmar que já está). O que se viu no Hangar nos dias 18, 19 e 20 de novembro de 2011, foi o Se Rasgum afirmando com classe e convicção a vontade de ser maior. Um marco para o festival e uma pena para aqueles que vivem no passado e acham que ser bem tratado faz mal para a música.
Top 5 – Melhores Shows do Festival
1 – Bidê ou Balde
2 – Lobão
3 – Laurentino e os Cascudos
4 – DeFalla
5 – Gang do Eletro
Top 5 – Melhores Canções do Festival
1 – Mesmo que Mude – Bidê ou Balde
2 – Felicidade – Marcelo Jeneci
3 – Os Outros – Leoni e Suzana
Flag
4 – Lealdade – Eddie
5 - It’s Fuckin’ Borin’ to Death -
DeFalla
Site oficial: http://www.serasgum.com.br
Twitter: http://twitter.com/serasgum
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Um comentário:
Égua Adriano..
Muito bom seu comentário, pois fui em outros edições, e sem dúvida essa foi a melhor e mas divertida, com pitadas de muito Rock Roll E ALEGRIA.
Os dois palcos também foi muito massa, o melhor foram as caminhadas de palco em palco. huahauhauahu
Gordo, esse povo de Belém, só sabe criticar, falaram mal do show do Iron Maiden, deep purple e se rasgun. A verdade é que eles não tem a alma "Rock Roll" e são um bando de mamãezados.
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