Nos últimos 10 ou 15 anos a
discussão sobre o que comemos ganhou contornos mais acentuados. A preocupação
com o que se ingere diariamente tem sido cada vez mais tema de pesquisas,
livros e filmes. A consolidação dos onipotentes conglomerados alimentícios visa
não somente abastecer a mesa de uma população em crescente aumento, mas
principalmente fazer isso de forma acessível a todos, para que os lucros sejam
maximizados para seus acionistas.
O escritor Jonathan Safran Foer, autor dos ótimos “Tudo Se Ilumina” e “Extremamente Alto e Incrivelmente Perto” saiu da sua zona de conforto e entrou nessa discussão. Antes um vegetariano ocasional, aderiu de vez a essa forma de alimentação quando do nascimento do primeiro filho. A partir disso, passou a se interessar fortemente pela maneira como os animais são tratados antes de virarem um simples bife nos nossos pratos, uma simples refeição cotidiana.
O resultado desse interesse fez surgir “Comer Animais”, livro de 2009 que a Editora Rocco coloca esse ano no mercado nacional. Com 320 páginas e tradução de Adriana Lisboa, Safran Foer explana o trabalho de mais de três anos de pesquisa em uma junção de ensaios, reportagens investigativas e dados estatísticos. O foco da pesquisa ficou nos Estados Unidos, onde ele mora, e onde a população consome apenas 0,25% dos alimentos comestíveis do planeta.
Esse tipo de debate tende facilmente a ficar vazio quando da defesa dos lados envolvidos. Existem aqueles (a grande maioria) que não acha nada demais em comer carne, outros que fazem um ativismo oco e sem resultados em médio prazo e uma terceira via, talvez a mais coerente de todas, que busca um melhor tratamento para os animais antes da transformação em alimentos, assim como a redução do número de criações industriais que assola o mundo moderno.
Em “Comer Animais” o autor consegue fugir bem do proselitismo gratuito e quase nunca tenta convencer o leitor a seguir suas convicções. Junta depoimentos dos lados e não os questiona tanto na essência, pois sabe que acima de tudo a maneira de comer é uma tradição familiar e cultural. Isso ajuda bastante quando ele explora seus motivos e razões em ensaios muito bem escritos e que realmente botam a cabeça para pensar, para refletir possíveis futuros.
Ao final do livro, Safran Foer coloca diversas correlações das afirmativas utilizadas, oriundas na esmagadora maioria de dados científicos e de publicações dos setores, o que dá um respaldo maior a tudo que foi exposto antes. Com isso, em uma visão mais geral, dá para relacionar sua obra com outras como “O Dilema do Onívoro” de Michael Pollan e “O Fim dos Alimentos” de Paul Roberts, como também ao filme “Nação Fast Food” de Richard Linklater.
Ao ler “Comer Animais” e entender o caminho que a comida faz até chegar ao nosso prato, fica difícil esquecer depois. A carne que comemos, quase sempre vem de animais que sofreram muito e que foram encharcados de remédios para curar doenças da sua própria criação (sem contar a sujeira com fezes e sangue). Jonathan Safran Foer expõe sem radicalismos e com categoria os malefícios dessa política para a população e o meio ambiente e faz cada um repensar suas convicções.
Um vídeo antigo sobre esse tema é o “Meet Your Meat” (mas tem muito mais no Youtube):
O escritor Jonathan Safran Foer, autor dos ótimos “Tudo Se Ilumina” e “Extremamente Alto e Incrivelmente Perto” saiu da sua zona de conforto e entrou nessa discussão. Antes um vegetariano ocasional, aderiu de vez a essa forma de alimentação quando do nascimento do primeiro filho. A partir disso, passou a se interessar fortemente pela maneira como os animais são tratados antes de virarem um simples bife nos nossos pratos, uma simples refeição cotidiana.
O resultado desse interesse fez surgir “Comer Animais”, livro de 2009 que a Editora Rocco coloca esse ano no mercado nacional. Com 320 páginas e tradução de Adriana Lisboa, Safran Foer explana o trabalho de mais de três anos de pesquisa em uma junção de ensaios, reportagens investigativas e dados estatísticos. O foco da pesquisa ficou nos Estados Unidos, onde ele mora, e onde a população consome apenas 0,25% dos alimentos comestíveis do planeta.
Esse tipo de debate tende facilmente a ficar vazio quando da defesa dos lados envolvidos. Existem aqueles (a grande maioria) que não acha nada demais em comer carne, outros que fazem um ativismo oco e sem resultados em médio prazo e uma terceira via, talvez a mais coerente de todas, que busca um melhor tratamento para os animais antes da transformação em alimentos, assim como a redução do número de criações industriais que assola o mundo moderno.
Em “Comer Animais” o autor consegue fugir bem do proselitismo gratuito e quase nunca tenta convencer o leitor a seguir suas convicções. Junta depoimentos dos lados e não os questiona tanto na essência, pois sabe que acima de tudo a maneira de comer é uma tradição familiar e cultural. Isso ajuda bastante quando ele explora seus motivos e razões em ensaios muito bem escritos e que realmente botam a cabeça para pensar, para refletir possíveis futuros.
Ao final do livro, Safran Foer coloca diversas correlações das afirmativas utilizadas, oriundas na esmagadora maioria de dados científicos e de publicações dos setores, o que dá um respaldo maior a tudo que foi exposto antes. Com isso, em uma visão mais geral, dá para relacionar sua obra com outras como “O Dilema do Onívoro” de Michael Pollan e “O Fim dos Alimentos” de Paul Roberts, como também ao filme “Nação Fast Food” de Richard Linklater.
Ao ler “Comer Animais” e entender o caminho que a comida faz até chegar ao nosso prato, fica difícil esquecer depois. A carne que comemos, quase sempre vem de animais que sofreram muito e que foram encharcados de remédios para curar doenças da sua própria criação (sem contar a sujeira com fezes e sangue). Jonathan Safran Foer expõe sem radicalismos e com categoria os malefícios dessa política para a população e o meio ambiente e faz cada um repensar suas convicções.
Um vídeo antigo sobre esse tema é o “Meet Your Meat” (mas tem muito mais no Youtube):
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