Em “Minha Fama de Mau”, a
biografia que Erasmo Carlos lançou em 2009, duas paixões ficavam muito claras e
evidentes: música e mulheres. Em “Rock n’ Roll” o Tremendão deixava claro sua
paixão pela primeira em um bom disco produzido por Liminha, que serviu para dar
uma nova revigorada na vida e na carreira. Em 2011 é a vez da segunda paixão
ganhar o seu testemunho. “Sexo” chega às lojas com direito a uma capa
provocativa para um senhor de 70 anos e nova produção de Liminha.
São 12 faixas compostas tanto individualmente quanto em parcerias com Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhotto, Nelson Motta e Chico Amaral. O esquema sonoro é o mesmo do seu antecessor, um rock clássico que anda de mãos dadas com o folk básico. A diferença reside nas letras cunhadas para o registro, que sem pudor nenhum exploram a temática do sexo em posições, confrontos, vícios e desejos. No disco se escuta versos com expressões como “foder”, o que poderá desagradar antigos fãs.
Logo na abertura em “Kamasutra” canta-se: “frontal, de pé, por trás ou de lado/a hidra às voltas com o dragão/tesoura, fechadura ou de quatro/em que posição?” É, isso mesmo. Tirem as crianças da sala. Já na bonita balada “Apaixocólico Anônimo” a letra é mais sutil, como um viciado irrecuperável Erasmo relata: “e a invasão do paraíso/pela porta principal/fez de mim/fiel refém do seu quintal”. Outros bons destaques de letras ficam por conta de “Roupa Suja”, “Amorticídio” e o “O Rosto do Rei”.
Porém, mesmo reconhecendo em “Sexo” toda essa aura de provocação e inquietude, assim como a boa produção e execução das músicas, ele acaba por ser um disco inconstante. A quantidade de faixas mais lentas incomoda e algumas letras são, para dizer o mínimo, risíveis e constrangedoras como a de “Santas Mulheres Santas”: “a mulher é uma santa nuclear/fosca supernova pra ser blindada” ou da mediana “Sexo é Vida”: “se não fosse o sexo/eu não tava aqui/foi por causa dele/que do nada eu existi”.
Essa situação deixa o disco em uma balança onde de um lado ficam a coragem e a ousadia do tema explorado nesse momento da carreira (e que faz leve correlação com o universo de “Mulher” de 1981), e de outro lado o conservadorismo do instrumental nas diversas baladas. O que é certo, no entanto, é que Erasmo Carlos consegue ainda elaborar boas canções nesse ponto da vida e mesmo pecando em algumas ideias faz muito mais do que os seus consortes de geração vem fazendo nos últimos anos.
Site oficial: http://www.erasmocarlos.com.br
Sobre a biografia “Minha Fama de Mau”, passe aqui.
São 12 faixas compostas tanto individualmente quanto em parcerias com Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhotto, Nelson Motta e Chico Amaral. O esquema sonoro é o mesmo do seu antecessor, um rock clássico que anda de mãos dadas com o folk básico. A diferença reside nas letras cunhadas para o registro, que sem pudor nenhum exploram a temática do sexo em posições, confrontos, vícios e desejos. No disco se escuta versos com expressões como “foder”, o que poderá desagradar antigos fãs.
Logo na abertura em “Kamasutra” canta-se: “frontal, de pé, por trás ou de lado/a hidra às voltas com o dragão/tesoura, fechadura ou de quatro/em que posição?” É, isso mesmo. Tirem as crianças da sala. Já na bonita balada “Apaixocólico Anônimo” a letra é mais sutil, como um viciado irrecuperável Erasmo relata: “e a invasão do paraíso/pela porta principal/fez de mim/fiel refém do seu quintal”. Outros bons destaques de letras ficam por conta de “Roupa Suja”, “Amorticídio” e o “O Rosto do Rei”.
Porém, mesmo reconhecendo em “Sexo” toda essa aura de provocação e inquietude, assim como a boa produção e execução das músicas, ele acaba por ser um disco inconstante. A quantidade de faixas mais lentas incomoda e algumas letras são, para dizer o mínimo, risíveis e constrangedoras como a de “Santas Mulheres Santas”: “a mulher é uma santa nuclear/fosca supernova pra ser blindada” ou da mediana “Sexo é Vida”: “se não fosse o sexo/eu não tava aqui/foi por causa dele/que do nada eu existi”.
Essa situação deixa o disco em uma balança onde de um lado ficam a coragem e a ousadia do tema explorado nesse momento da carreira (e que faz leve correlação com o universo de “Mulher” de 1981), e de outro lado o conservadorismo do instrumental nas diversas baladas. O que é certo, no entanto, é que Erasmo Carlos consegue ainda elaborar boas canções nesse ponto da vida e mesmo pecando em algumas ideias faz muito mais do que os seus consortes de geração vem fazendo nos últimos anos.
Site oficial: http://www.erasmocarlos.com.br
Sobre a biografia “Minha Fama de Mau”, passe aqui.
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