quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Namorados Para Sempre - 2011


Quem teve alguns relacionamentos amorosos na vida, muito provavelmente já deve ter se deparado com aquele triste período que antecede ao inevitável término da relação. Aquele período onde o que ainda resta de amor, admiração e carinho se vê na contramão do desgaste que o tempo (breve ou demorado) acumula no dia a dia. Não necessariamente esse término é provocado por um fato maior ou isolado, é simplesmente mais um ciclo que acaba na vida de cada um.

O estadunidense Derek Cianfrance criou uma carreira mais contundente na televisão, mas é no filme “Namorados Para Sempre”, exibido aqui no Brasil esse ano e que agora também está disponível em DVD, que ele atinge o ponto máximo do seu desempenho profissional. Apesar do título fofinho (culpa da esdrúxula tradução de “Blue Valentine” no original) que remete a um amor daqueles que enchem de lágrimas os olhos de espectadoras amarguradas, o longa vai no caminho inverso.

O filme na verdade se estrutura em cima da premissa de como o amor acaba, de como ele fica insustentável por mais que uma das partes ainda queira seguir em frente. Não faz julgamentos sobre os motivos que levam Cindy (Michelle Williams de “Não Estou Lá”) e Dean (Ryan Gosling de “Um Crime de Mestre”) a explodirem um casamento que foi construído em cima do que o amor traz de mais interessante: a devoção, companheirismo e paixão súbita e avassaladora.

Derek Cianfrance escolhe mostrar dois momentos distintos do casal, alternando entre os dois no que só podemos chamar de medida certa, investindo no (anti) clímax final. Ele mostra tanto o começo do namoro com todas aquelas besteiras sendo feitas e risos bobos sendo ecoadas pelo meio da rua, quanto o casamento já andando há um bom tempo, com as cobranças por atitudes rotineiras ou mudanças de visão sobre a vida sendo estipuladas a cada chance que aparece na mesa.

“Namorados Para Sempre” além de trazer na sua montagem e roteiro uma inquietação silenciosa sobre o castelo que desmorona em ruínas na frente no espectador, tem outros pontos positivos como a trilha sonora da banda Grizzly Bear (além de dois momentos fantásticos ao som “You And Me” de Penny & The Quarters) e a estupenda atuação de Michelle Williams e Ryan Gosling, mostrando que o amor na maioria das vezes não é tão brilhante como se espera que seja.

Assista ao trailer: 

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