Não chega a completar 10 minutos de “Conan” e a vontade de sair da sala é
grande. Logo no comecinho já se engatam diversos clichês dos filmes de ação
como profecias, morte de um ente querido e o nascimento daquele ser
predestinado a mudar as coisas. Tudo isso, claro, envolto em muito, mas muito
sangue. No entanto, quando o remake de “Conan, o Bárbaro” de 1982 (aquele que
catapultou Arnold Schwarzenegger para voos maiores) vai andando, essa vontade
acaba quase se desfazendo, pois os clichês apesar de se amontoarem mais ainda,
tomam um divertido rumo.
Divertido, pois a única maneira de encarar “Conan” com um mínimo de
satisfação é se desfazer de todos os preceitos do que é o bom cinema como
roteiro bem escrito, atuações consistentes e direção precisa para navegar solto
e sem preconceitos pelas batalhas e cenas de ação que são propostas na tela.
Com o uso do 3D só alavancando mais ainda a quantidade de sangue espalhada pelo
chão, “Conan” diverte razoavelmente se for entendido como um filme B (ou C, se
preferir) com orçamento gigantesco (alcançou a casa dos 85 milhões de dólares).
O diretor Marcus Nispel foi o escolhido para o remake, com a experiência
de quem em outros momentos realizou o mesmo trabalho para “O Massacre da Serra
Elétrica” de 2003 e “Sexta Feira 13” de 2009. Para o papel do bárbaro cimério que
arrebenta tudo e todos a opção feita foi por Jason Momoa, o selvagem Khal Drogo
da série “Guerra dos Tronos”. Outros nomes foram adicionados como Ron “Hellboy”
Perlman como o pai de Conan, Stephen Lang como o vilão Khalar Zym e Rose
McGowan como a feiticeira Marique, uma devota de Edward Mãos-de-Tesoura.
A trama (ou pelo menos o que existe dela) é toda baseada na vingança de
Conan. Ainda garoto e aprendendo as artimanhas de ser um guerreiro, ele assiste
seu pai ser assassinado por Khalar Zym e a partir de então vai se esgueirando
pelo mundo enquanto a chance de matar o assassino não chega. Quando essa
oportunidade surge, também atravessa pela sua frente uma linda jovem que
servirá de sacrifício para que poderes antigos do mal sejam libertados no mundo.
Mesmo sem estar muito preocupado com isso especificamente, Conan luta para
findar esses planos.
E é em meio a socos, chutes, pontapés e golpes de espada que “Conan” vai se
espalhando por suas quase duas horas de duração. No fim, nem chega a ser tão
ruim assim para quem gosta de filmes de ação, mas não passa nem um centímetro
longe disso. Agradará ao público que gosta de pancadaria e cenas vibrantes de
luta, como a ótima sequência que faz o desfecho do longa e somente isso. Mas
também os produtores não deveriam almejar nada distante dessa assertiva, pois o
que vale mesmo é recuperar o investimento e encher os bolsos com grana. Não é
isso?
P.S: Se alguém quiser terminar um namoro, este é um ótimo filme para
começar a pavimentar o caminho. Leve a namorada e faça o teste por sua conta e
risco.
Assista ao trailer:
2 comentários:
tá, eu não entendi: este conan, assim como os outros, é um filme de ação, e as pessoas sabem disso quando chegam ao cinema. porque esperariam algo diferente?
Sim, sim, sabe-se o que vai acontecer em um filme de ação. Mas um mínimo de roteiro, alguma atuação razoavel, uma direção que seja pelo menos percebida não faz mal algum. Bons exemplos recentes disso são "Capitão América" e "Padre", nada espetacular, mas que melhora o resultado final. "Conan" não. Passa bem longe disso. Abs.
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