quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"Black Rainbows" - Brett Anderson - 2011

Tem momentos em que se faz necessário revigorar as energias. Reabastecer a mente com novas ideias e assim acrescentar um novo vigor ao trabalho, a vida. Alguns preferem se jogar diretamente em novas experiências, outros optam por revisitar o passado para reencontrar velhas forças. Essa segunda opção foi a escolhida por Brett Anderson, que ao voltar ano passado para tocar com sua antiga banda, o Suede, parece ter encontrado novamente seu caminho.

Desde o fim do Suede (e do The Tears também), Brett Anderson se aventurou por uma carreira solo que apesar de começar muito bem com o disco homônimo de 2007, murchou bastante em “Wilderness” de 2008 e principalmente em “Slow Attack” de 2009. O músico que sempre trouxe o sofrimento pessoal e amoroso para as suas letras parecia mergulhar cada vez mais em um período negro e sem muita inspiração. “Black Rainbows” aparece para virar o placar desse jogo.

Com a ajuda de Leo Abrahams (Florence And The Machine, Imogen Heap) na produção, o reconhecido talento aparece novamente nas 10 canções que compõem o álbum. É impossível desassociar esse crescimento com o retorno do Suede (que inclusive promete disco novo para o ano que vem). Apesar de boa parte das canções já estarem compostas ou pelo menos rascunhadas, a sonoridade em torno delas é mais intensa, com mais guitarras e vestes apropriadas do rock inglês.

As letras não tratam necessariamente de temas distintos a carreira de Brett Anderson e ainda exibem problemas amorosos e um pouco de falta de fé e esperança no que virá, como prova a abertura com “Unsung” que traz: “planos, todos esses planos intrincados(...) deslizando através de suas mãos”. Porém, o nível com que elas se elevam é menor do que outrora. Até o antigo cinismo pede licença e retorna nas canções, como nas ótimas “Actors” e “In The House Of Numbers”.

“Black Rainbows” ainda exibe ao ouvinte outras belas passagens como “Brittle Heart”, que serve para quebrar frágeis sentimentos, ou “Possession”, a única balada propriamente dita do álbum, além do encontro do The Cure com o Duran Duran de “Crash About To Happen” e a desesperada “The Exiles”. No entanto, o mais importante, é que “Black Rainbows” mostra um dos músicos mais talentosos da sua geração novamente com centelhas de criatividade. E cantando muito.


Sobre o disco de 2007, passe aqui.

Assista ao clipe de “Brittle Heart”: 

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