Houve um tempo em que as crianças e adolescentes passavam mais tempo na rua jogando bola ou se divertindo de alguma maneira do que enfurnadas em uma sala pequena na frente de um computador. Um tempo em que filmes que iam ser exibidos na tevê aberta eram ansiosamente aguardados e ir ao cinema era uma verdadeira aventura, ainda mais para quem morasse longe das capitais. Um tempo que filmes em fitas VHS eram alugados e revistos até a exaustão, já que não tinha como baixar ou copiar facilmente como hoje.
Parece saudosismo barato, mas não é. Ou talvez seja, não sei ao certo. O que conta é que cada geração tem um mundo diferente na sua volta enquanto cresce até virar um adulto e a vida ficar praticamente a mesma. Depois de muitos anos como esse adulto, a mochila nas costas carrega cada vez mais cinismo e críticas. Bem longe do garoto que tinha como maior preocupação passar na escola no final do ano para que as férias chegassem em paz. Revisitar esse universo depois de um tempo, serve para dar uma saudável revigorada.
E é essa a principal qualidade que “Super 8”, o novo filme de J. J. Abrams (o famoso criador da série “Lost”) alcança. Fazer com que trintões e quarentões que viveram os anos 80 e uma parte dos 90, se emocionem novamente em uma sala de cinema com uma aventura boba, sozinhos ou junto com seus filhos e sobrinhos. “Super 8” é um resgate desse tempo, tanto é que se passa em 1979, usa a famosa câmera da Kodak como condutora e remete a filmes de Spielberg (produtor do longa) como “E.T” e “Os Goonies”, entre muitos outros.
A história do grupo de jovens amigos que de repente ao fazer um pequeno filme para apresentar em um festival é surpreendido com uma história envolvendo alienígenas é extremamente prazerosa de ser vista. Os amigos comandados por Joe Lamb (Joel Courtney) que recentemente perdeu a mãe em um acidente e tenta viver com o pai, é digna dos melhores momentos dos anos que homenageia. É sincera, frenética, companheira e afetiva. Os amigos como a bela Alice (Elle Fanning) e Martin (Gabriel Passo) são brilhantes.
Por conta desse apelo antigo, “Super 8” espalha milhares de referências que vão desde homenagens a George Romero até a trilha sonora. Ficar depois ali matutando cada uma delas é um pequeno prazer que se arrasta pelas próximas horas. A história que você já viu (e ouviu) milhares de vezes não traz nada de novo ou espetacular, mas consegue emocionar usando basicamente muito pouco. Exibe algumas falhas no roteiro, mas que acabam sendo ignoradas, pois de alguma forma a produção envolve o espectador em uma poderosa teia.
J. J. Abrams não é o gênio que o mundo moderno alardeia. Não, não é. Mas é um cara esperto, muito esperto, que sabe escolher os parceiros certos e fazer trabalhos com focos específicos. Talvez parte da juventude de hoje saia decepcionada da sala depois de “Super 8” e não perceba a singela magia que aparece na tela. Afinal, o mundo como eles conheceram traz coisas mais dinâmicas e com muito mais interatividade do que outrora. É plenamente compreensível. Não os culpo, mas tenho um pouco de pena daquilo que não viveram.
Assista o trailer:
Parece saudosismo barato, mas não é. Ou talvez seja, não sei ao certo. O que conta é que cada geração tem um mundo diferente na sua volta enquanto cresce até virar um adulto e a vida ficar praticamente a mesma. Depois de muitos anos como esse adulto, a mochila nas costas carrega cada vez mais cinismo e críticas. Bem longe do garoto que tinha como maior preocupação passar na escola no final do ano para que as férias chegassem em paz. Revisitar esse universo depois de um tempo, serve para dar uma saudável revigorada.
E é essa a principal qualidade que “Super 8”, o novo filme de J. J. Abrams (o famoso criador da série “Lost”) alcança. Fazer com que trintões e quarentões que viveram os anos 80 e uma parte dos 90, se emocionem novamente em uma sala de cinema com uma aventura boba, sozinhos ou junto com seus filhos e sobrinhos. “Super 8” é um resgate desse tempo, tanto é que se passa em 1979, usa a famosa câmera da Kodak como condutora e remete a filmes de Spielberg (produtor do longa) como “E.T” e “Os Goonies”, entre muitos outros.
A história do grupo de jovens amigos que de repente ao fazer um pequeno filme para apresentar em um festival é surpreendido com uma história envolvendo alienígenas é extremamente prazerosa de ser vista. Os amigos comandados por Joe Lamb (Joel Courtney) que recentemente perdeu a mãe em um acidente e tenta viver com o pai, é digna dos melhores momentos dos anos que homenageia. É sincera, frenética, companheira e afetiva. Os amigos como a bela Alice (Elle Fanning) e Martin (Gabriel Passo) são brilhantes.
Por conta desse apelo antigo, “Super 8” espalha milhares de referências que vão desde homenagens a George Romero até a trilha sonora. Ficar depois ali matutando cada uma delas é um pequeno prazer que se arrasta pelas próximas horas. A história que você já viu (e ouviu) milhares de vezes não traz nada de novo ou espetacular, mas consegue emocionar usando basicamente muito pouco. Exibe algumas falhas no roteiro, mas que acabam sendo ignoradas, pois de alguma forma a produção envolve o espectador em uma poderosa teia.
J. J. Abrams não é o gênio que o mundo moderno alardeia. Não, não é. Mas é um cara esperto, muito esperto, que sabe escolher os parceiros certos e fazer trabalhos com focos específicos. Talvez parte da juventude de hoje saia decepcionada da sala depois de “Super 8” e não perceba a singela magia que aparece na tela. Afinal, o mundo como eles conheceram traz coisas mais dinâmicas e com muito mais interatividade do que outrora. É plenamente compreensível. Não os culpo, mas tenho um pouco de pena daquilo que não viveram.
Assista o trailer:
Um comentário:
Ótimo texto.
Postar um comentário