domingo, 7 de agosto de 2011

"Mapas" - Vetusta Morla - 2011


O Vetusta Morla apareceu em 2008 com um disco de estreia intitulado “Um Día En El Mundo” e foi uma grata surpresa daquele ano. Mesmo com uma carreira bem longa anteriormente, a banda de Madrid na Espanha só conseguiu realmente aparecer com esse primeiro registro. E como apareceu. Percorreu festivais, se fez presente realizando vários shows e assim conquistou uma parcela considerável de fãs.

Quando do lançamento do álbum seguinte, o Vetusta Morla já é maior no seu país. Pucho (vocais), Alvaro B. Baglietto (baixo), Guilhermo Galván (guitarras), Juan Manuel Latorre (guitarras e teclados), Jorge González (percussão e programações) e David “El Indio” (bateria) hoje trilham um caminho um pouco menos árduo que o de três anos atrás. “Mapas” é o nome do disco que vem para consolidar essa afirmativa.

Comparado com a estreia, “Mapas” é um disco mais difícil, com canções menos assimiláveis rapidamente. Isso não quer dizer que as cativantes melodias sumiram, mas ganharam uma roupagem adicional que lhes posiciona um passo a frente. Usando o lugar comum, a banda amadureceu. E se as influências de Radiohead, U2 e Travis ainda marcam presença, ganham companhia de outras como Jeff Buckley e Elliott Smith.

O começo já dita esse ritmo mais elaborado. “Los Dias Raros” é uma daquelas canções que vão crescendo, crescendo e explodem com competência. Coisa que a banda de Thom Yorke elabora tão bem. As guitarras cheias de noise de “Boca En La Tierra” são outro bom exemplo disso. Enquanto Pucho canta versos sobre guerras e disfarces, a banda se une em uma junção poderosa de britpop com o rock de garagem.

Em músicas como a faixa título o grupo mostra uma contagiante união de energia e harmonia, uma união que antes, mesmo nos melhores números, só conseguia esboçar. Agora não, a promessa se cumpre. Em outras como “Canción de Vuelta”, o ouvinte é resgatado pelo clima melancólico que trata de despedida e retorno e canta junto que “é hora de trocar paisagens por palavras, é hora de abrir as asas e rumar para casa”.

Apesar de não ser essa a intenção primordial do Vetusta Morla, “Mapas” é um nome indicado para o segundo disco, pois apresenta ao público um trabalho mais solidificado que consegue encontrar o caminho que singelamente prometia. Ainda é uma banda que pode crescer, mas “Mapas” é uma bonita prova que existe vida inteligente no rock atual fora dos grandes (e concorridos) mercados do Reino Unido e dos USA.



Sobre o disco anterior, passe aqui.

Assista o clipe de “Lo Que Te Hace Grande”:

Nenhum comentário: