Em uma frase bastante conhecida, o cineasta italiano Federico Fellini disse: “O cinema é o modo mais direto de entrar em competição com Deus”. Ao sair da sala depois de assistir “A Árvore da Vida”, essa frase veio direto na cabeça. O norte-americano Terrence Malick é um dos poucos diretores que ainda carrega uma aura especial, por assim dizer. São mais de 40 anos de carreira e apenas cinco filmes, que desde “Badlands” de 1973 são esperados com ansiedade.
“A Árvore da Vida” recebeu a Palma de Ouro em Cannes e traz no elenco nomes como Brad Pitt e Sean Penn. Com essas credenciais é claro que se adentra a sala com a expectativa em alta. Depois de pouco mais de duas horas de duração, a dúvida reina de modo constante. Será que Malick conseguiu fazer um obra de arte ou simplesmente um testemunho egocêntrico e pretensioso? Será que estamos compreendendo realmente o que se passa?
Por conta da aura que carrega, todo filme de Malick sempre vai mostrar admiradores fervorosos e empolgados. Os detratores também aparecerão em bom número, e nesse caso específico é bom olhar para eles com atenção. Pois o que o diretor tenta colocar de “genial” nas suas montagens, pode facilmente descambar para o monótono. O exercício de paciência que faz o espectador percorrer em seu novo trabalho, é castigante e plenamente exaustivo.
A história de uma família tradicional dos anos 50, onde os filhos são soterrados pela personalidade autoritária do pai, e que muda para pior ainda quando um desses filhos morre, provoca emoções em alguns momentos. No entanto, isso ocorre mais por conta das atuações de Brad Pitt (o pai), Jessica Chastain (a mãe) e Hunter McCraken (o filho mais velho) e do tema explorado, do que necessariamente pela condução das cenas que Malick quebra constantemente.
Logo na primeira parte do filme, depois da morte de um dos filhos do casal, somos arremessados em uma verdadeira epopéia sobre a vida, o universo e tudo mais, como diria o grande Douglas Adams. Terrence Malick volta ao big bang, passa pela evolução das espécies, dá uma volta pela época dos dinossauros e depois de um bom tempo retorna a história principal. Entende-se que queira versar sobre as razões do nascer e morrer, mas não precisava tanto.
Porém, “A Árvore da Vida” não chega a ser um filme ruim. Tem trilha sonora eficiente, alta técnica e um trabalho digno dos atores principais. Como anda em uma tênue linha entre o genial e o enfadonho, merece ser visto para que se tenha conclusões próprias. Pois afinal, mesmo sendo um exercício insano de pretensão de Terrence Malick, Orson Welles já dizia em outra velha frase que “O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho”.
P.S: Em tempo, "nem sempre se pode ser Deus". Malick deveria saber isso.
Assista o trailer:
“A Árvore da Vida” recebeu a Palma de Ouro em Cannes e traz no elenco nomes como Brad Pitt e Sean Penn. Com essas credenciais é claro que se adentra a sala com a expectativa em alta. Depois de pouco mais de duas horas de duração, a dúvida reina de modo constante. Será que Malick conseguiu fazer um obra de arte ou simplesmente um testemunho egocêntrico e pretensioso? Será que estamos compreendendo realmente o que se passa?
Por conta da aura que carrega, todo filme de Malick sempre vai mostrar admiradores fervorosos e empolgados. Os detratores também aparecerão em bom número, e nesse caso específico é bom olhar para eles com atenção. Pois o que o diretor tenta colocar de “genial” nas suas montagens, pode facilmente descambar para o monótono. O exercício de paciência que faz o espectador percorrer em seu novo trabalho, é castigante e plenamente exaustivo.
A história de uma família tradicional dos anos 50, onde os filhos são soterrados pela personalidade autoritária do pai, e que muda para pior ainda quando um desses filhos morre, provoca emoções em alguns momentos. No entanto, isso ocorre mais por conta das atuações de Brad Pitt (o pai), Jessica Chastain (a mãe) e Hunter McCraken (o filho mais velho) e do tema explorado, do que necessariamente pela condução das cenas que Malick quebra constantemente.
Logo na primeira parte do filme, depois da morte de um dos filhos do casal, somos arremessados em uma verdadeira epopéia sobre a vida, o universo e tudo mais, como diria o grande Douglas Adams. Terrence Malick volta ao big bang, passa pela evolução das espécies, dá uma volta pela época dos dinossauros e depois de um bom tempo retorna a história principal. Entende-se que queira versar sobre as razões do nascer e morrer, mas não precisava tanto.
Porém, “A Árvore da Vida” não chega a ser um filme ruim. Tem trilha sonora eficiente, alta técnica e um trabalho digno dos atores principais. Como anda em uma tênue linha entre o genial e o enfadonho, merece ser visto para que se tenha conclusões próprias. Pois afinal, mesmo sendo um exercício insano de pretensão de Terrence Malick, Orson Welles já dizia em outra velha frase que “O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho”.
P.S: Em tempo, "nem sempre se pode ser Deus". Malick deveria saber isso.
Assista o trailer:
2 comentários:
Égua do texto foda Drico! Nunca mais eu tinha passado para te ler e nem um milésimo de tempo tenho para isso atualmente, mas vim ao teu blog por causa do comment no Bragatto e acabei me deparando com esse texto, que reflete muito o que eu senti quando assisti a esse filme. Enfadonho é a palavra que melhor o descreve e para mim, levou 2 estrelinhas apenas no filmow. Sendo que... as expectativas eram mega-power-plus enormes, mas caíram todas pelo ralo, apesar das cenas arrebatadoras. Decepcionei-me!
Beijão p ti
Valeu Laurinha. Apareça mais :) Bjão.
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