sábado, 30 de julho de 2011

"A Missão do Gerente de Recursos Humanos" - 2011


Chega uma hora na vida que a pessoa tem que fazer alguma coisa certa, ir até o fim em algo realmente bom, por mais que depois retorne aos mesmos erros e índole duvidosa. Se essa pessoa verdadeiramente nunca produziu nada que valha a pena ser citado e a vida incomoda muito depois de um tempo, a busca por alguma redenção se torna obrigatória, mesmo que isso soe como fantasia ou ilusão.

É isso que acontece com o personagem principal do filme “A Missão do Gerente de Recursos Humanos” que estreou em alguns cinemas nacionais há poucas semanas. O mais recente trabalho do cineasta israelense Erik Riklis de “Lemon Tree” (2008) trata com tudo que lhe é permitido sobre essa busca por redenção, esse esperado momento de se encontrar alguma paz no meio de tanta bagunça.

Mark Ivanir (de “A Lista de Schindler” e “O Bom Pastor”) é gerente na maior padaria de Jerusalém. Está lá de favor, pois esconde algum passado que precisa de perdão. Enquanto toma conta do setor de pessoal da empresa, tenta se reconciliar com a esposa e manter com a única filha algum tipo de relação. Quando uma funcionária morre em um atentado terrorista, a vida dele começa a dar uma guinada.

A funcionária que morreu carregava um cheque de pagamento da empresa, mas o gerente desconhecia sua presença. A imprensa sensacionalista vê o caso como um prato cheio para arremessar isso na capa dos tablóides e usa para tanto um estabanado repórter (Guri Alfi). Com um tremendo abacaxi nas mãos, o gerente (que não tem nome) precisa viajar para levar o corpo ao país de origem da moça assassinada.

“A Missão do Gerente de Recursos Humanos” convence bem mais na sua primeira metade, antes que os personagens partam para a missão em algum país do leste europeu. Nessa parte da viagem, Erik Riklis não consegue fugir de situações manjadas e transforma rapidamente obrigação em afinidade quando o gerente faz uma caravana com o filho da mulher e mais uma boa turma de estereótipos.

É um filme que emociona em momentos isolados e diverte com seus casos tragicômicos. Porém, desliza ao tentar fazer tudo valer a pena demais. Erik Riklis desenvolve boas tiradas sobre o fim do comunismo e suas carcaças ainda resmungando no caixão, mas não traz a tona à natureza mais política que a trama merecia, o que resulta em um filme mediano, que só consegue agradar de espasmo em espasmo.

Assista o trailer: 

Nenhum comentário: