quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Padre" - 2011


Quando se escuta a palavra padre não tem muito como fugir da simbologia cristã que ela atrai tanto para o bem quanto para o mal. No entanto, se for analisada sem o cunho religioso totalmente envolvido, essa palavra também transmite na sua origem correlações com segurança e força. O personagem de Paul Bettany (“O Código da Vinci”) em “Padre” que estreia nos cinemas nacionais, remete diretamente para esses significados mais subjetivos.

O longa é dirigido por Scott Stewart, que não conseguiu convencer na sua primeira obra, o fraquíssimo “Legião”. No novo trabalho ele se baseia nos quadrinhos (chamados “manhwas”) do sul-coreano Hyung Min-Woo, mas não deixa de usar parte da temática utilizada anteriormente. Para quem conhece a obra original lançada aqui pela Editora Lumus anos atrás, não encontrará muita coisa em comum, a não ser o clima de velho oeste implantado.

Não honrar os quadrinhos em quase nada, no entanto, não chega a ser um problema do filme. Raramente acontece de uma adaptação ser melhor que o original, mas nesse caso aparece uma pequena exceção à regra. Utilizando muita ação e baseando o roteiro em obras como “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess e “1984” de George Orwell”, o diretor consegue dar um aspecto interessante a trama, considerando é claro, as liberdades desse tipo de filme.

Paul Bettany vive um padre em um mundo onde a igreja controla plenamente as cidades e que converte o medo do povo em fé para continuar no poder. Tal medo é oriundo de uma época em que guerras sangrentas foram travadas com vampiros e somente com o surgimento de uma série de guerreiros amplamente treinados é que o jogo finalmente se decidiu em favor dos humanos. Mas com o final da guerra nem tudo parece bem na vida desses guerreiros.

Renegados a viver na margem da sociedade, os padres que travaram a luta tempos atrás estão escondidos e sem função. Quando um fato peculiar acontece e anuncia o retorno dos vampiros, esses guerreiros ganham novamente uma razão de existir. Com cenas de ação extremamente bem feitas, assim como a caracterização visual e o bom uso do 3-D, o diretor Scott Stewart acerta a mão e elabora um competente trabalho na seara dos filmes de aventura/ficção.

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