Houve um tempo em que a música já começava a se vender pela capa do disco. Muitos álbuns já causavam impacto logo quando se avistava exposto em uma loja qualquer. Os tempos mudaram (é, eles sempre mudam) e isso ficou para trás. Era uma época onde as publicações elegiam não somente a melhor música ou artista do ano que passou, mas também a melhor capa. Daí dá para entender a importância que isso alcançava.
Quando se está lendo “The Art of the LP” de Johnny Morgan e Ben Wardle lançado ano passado na gringa pela Sterling Publishing Co., é impossível não tecer algum comentário saudosista ou nostálgico. Ainda sem edição nacional, tem 400 páginas e mais de 350 discos demonstrados entre o período de 1955 a 1995. Além de expor a capa, os autores traçam pequenas informações sobre ano, gravadora, fotografia e design.
“The Art of The LP - Classic Album Covers 1955 - 1995” é dividido em 10 tópicos. São eles: Rock & Roll, Sex, Art, Identity, Drugs, Ego, Real World, Escape, Politics e Death. Essa organização própria feita pelos autores pode até não ser entendida em sua totalidade, mas tem seus próprios méritos. Logo no início é apresentada a famosa capa de “Elvis Presley” de 1956, extraída por William “Red” Robertson em um show na Flórida.
Lá estão obras clássicas como a que Robert Frank fez de “Exile On Main Street” (1972) do Rolling Stones ou a do “Nevermind” (1991) do Nirvana elaborada em cima de foto de Kirk Weddle. Mas também estão diversas outras de artistas menos conhecidos e até mesmo obscuros que foram desencavadas durante o projeto. Existem também algumas coisas horríveis como a de um álbum do Poison, mas é só passar rapidamente a página.
Nos parágrafos escritos sobre cada item temos curiosidades e detalhes diversos como, por exemplo, quanto as modelos cobraram para pousar em “Eletric Ladyland (1968) do Jimi Hendriz Experience ou a descrição dos objetos de “Surfer Rosa” (1985) do Pixies ou ainda como Tony Wilson da Factory se empenhou para a capa do “Power, Corruption And Lies” (1983) do New Order, ser em cima do trabalho do francês Henri Fantin.
Existem capas para todos os gostos e estilos musicais como as “irmãs” Stick Fingers (1971) do Rolling Stones e “Too Fast For Love” (1982) do Motlëy Crüe, além de coisas lindas como “Nancy” (1969) da Nancy Sinatra, “Gently” da Liza Minelli (1995) e “Mingus Ah Um” /1959) do Charles Mingus e outras bem sacadas como a de “Radio” (1985) do LL Cool J ou “Turn Back” (1980) do Toto (sim, isso mesmo, o Toto).
“The Art of The LP” não é para ser avaliado como um trabalho definitivo sobre o assunto, até porque vários artistas não se fazem presente, mas sim como um compêndio pessoal de dois autores aficionados por música. É para ver, rever e deixar ali em um lugar privilegiado da estante para ser revisitado a qualquer momento. É peça obrigatória para qualquer um que goste de música e todos os aspectos que a circundam e transformam.
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