Experiência: Coloque o disco novo do Marcelo Camelo para tocar. Se desligue de tudo que o mundo coloca a sua volta. Fique lá somente você e o som, sem nenhuma distração. Se dedique completamente para esse trabalho. Não deu liga? Tente novamente, afinal é o Marcelo Camelo, ele merece um pouco da sua consideração. Mesmo assim não foi? Faça mais uma tentativa. Busque olhar para os timbres e a delicadeza. Nada ainda? É. Talvez o problema não seja seu então.
“Toque Dela” chega às lojas agora em abril e encaminha cada vez mais seu criador para o mundo do ame-o ou odeie-o. Os fãs de Los Hermanos provavelmente vão abraçar o músico e indicar essas composições com adjetivos como “geniais” ou “maravilhosas”. Os detratores e saudosistas de plantão, não obstante classificarão o trabalho como “chato” ou “sonolento”. Nem tanto lá quanto cá seria o correto, porém a única certeza que fica é que Camelo ainda não se encontrou.
Se “Sou” de 2008 podia ser entendido como uma seqüência natural do último disco da sua banda (o “4”) e mesmo com todas as falhas mostrava um artista inquieto, sem querer ficar preso no passado, mostrava também a procura de um caminho. Seria lógico traduzir então que depois de tocar o novo repertório e terem se passados três anos, o novo álbum já seria mais coeso e ostentaria melhor a indicação do caminho a ser seguido, dos objetivos a serem alcançados.
No entanto, “Toque Dela” encontra-se no mesmo patamar de “Sou”, o que chega a ser desestimulante. Do lado positivo temos um trabalho mais alegre e apaixonado por conta e obra da presença da namorada Mallu Magalhães na vida de Camelo, como também mais curto, o que favorece o consumo. Por outro lado, as canções novamente se alternam em bons momentos (“A Noite”, “Três Dias” e “Meu Amor é Teu”) com outros pouco inspirados ou pretensiosos demais.
Bons exemplos são o indie pop de “Ôô” e a horrenda versão para “Despedida” (música do próprio Camelo gravada anteriormente por Maria Rita), onde há um desejo imenso de andar pela praia dos baianos Caetano, Gil, Gal e Bethânia. Aliás, essa parece ser na verdade a única estrada que “Toque Dela” consegue alcançar, o da canonização do seu criador em contrapartida com os monstros sagrados da Mpb nacional. Tudo indica que é lá que ele deseja estar a todo custo.
Instrumentalmente pode-se afirmar que “Toque Dela” é um bom trabalho, afinal o grande destaque de “Sou” que era os paulistanos do Hurtmold está lá novamente. Porém, depois da quarta ou quinta escutada do álbum o que fica mesmo é a vontade que tudo fosse melhor, afinal, talento Marcelo Camelo já provou que tem, mesmo com todos os superlativos que lhe foram arrematados. Só que enquanto ele continuar cantando sobre marinheiros e morenas, fica difícil de acreditar.
Sobre “Sou” de 2008, passe aqui.
Site oficial: http://www.marcelocamelo.com.br
“Toque Dela” chega às lojas agora em abril e encaminha cada vez mais seu criador para o mundo do ame-o ou odeie-o. Os fãs de Los Hermanos provavelmente vão abraçar o músico e indicar essas composições com adjetivos como “geniais” ou “maravilhosas”. Os detratores e saudosistas de plantão, não obstante classificarão o trabalho como “chato” ou “sonolento”. Nem tanto lá quanto cá seria o correto, porém a única certeza que fica é que Camelo ainda não se encontrou.
Se “Sou” de 2008 podia ser entendido como uma seqüência natural do último disco da sua banda (o “4”) e mesmo com todas as falhas mostrava um artista inquieto, sem querer ficar preso no passado, mostrava também a procura de um caminho. Seria lógico traduzir então que depois de tocar o novo repertório e terem se passados três anos, o novo álbum já seria mais coeso e ostentaria melhor a indicação do caminho a ser seguido, dos objetivos a serem alcançados.
No entanto, “Toque Dela” encontra-se no mesmo patamar de “Sou”, o que chega a ser desestimulante. Do lado positivo temos um trabalho mais alegre e apaixonado por conta e obra da presença da namorada Mallu Magalhães na vida de Camelo, como também mais curto, o que favorece o consumo. Por outro lado, as canções novamente se alternam em bons momentos (“A Noite”, “Três Dias” e “Meu Amor é Teu”) com outros pouco inspirados ou pretensiosos demais.
Bons exemplos são o indie pop de “Ôô” e a horrenda versão para “Despedida” (música do próprio Camelo gravada anteriormente por Maria Rita), onde há um desejo imenso de andar pela praia dos baianos Caetano, Gil, Gal e Bethânia. Aliás, essa parece ser na verdade a única estrada que “Toque Dela” consegue alcançar, o da canonização do seu criador em contrapartida com os monstros sagrados da Mpb nacional. Tudo indica que é lá que ele deseja estar a todo custo.
Instrumentalmente pode-se afirmar que “Toque Dela” é um bom trabalho, afinal o grande destaque de “Sou” que era os paulistanos do Hurtmold está lá novamente. Porém, depois da quarta ou quinta escutada do álbum o que fica mesmo é a vontade que tudo fosse melhor, afinal, talento Marcelo Camelo já provou que tem, mesmo com todos os superlativos que lhe foram arrematados. Só que enquanto ele continuar cantando sobre marinheiros e morenas, fica difícil de acreditar.
Sobre “Sou” de 2008, passe aqui.
Site oficial: http://www.marcelocamelo.com.br
2 comentários:
olha... eu sou fã! fão! muito fã mesmo do Marcelo e do Los Hermanos!!! Porém... ainda tenho racionalidade suficiente pra concordar com o seu ponto de vista!!! Do CD todo eu só consigo ouvir 3 músicas. Eu ainda acho que o problema dele é a "morena" que tá do lado dele... e o nome do álbum denuncia completamente isso!!! Mas enfim...
Magda, também gosto muito dos discos do Los Hermanos. No entanto, o Marcelo Camelo está perdido e não se achou. O disco é bem fraco mesmo, apesar de algumas boas canções.Abs.
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