A busca em achar o verdadeiro caminho é uma situação que se apresenta pelo menos uma vez na vida de qualquer um. Quando isso ocorre quando já se tem alguns anos na costa toma contornos mais dramáticos, pois o tempo para reação é cada vez menor. Rango, o camaleão que inspira o filme de mesmo nome passa por isso. Cheio de sonhos na cabeça e medo dentro do coração, não consegue realmente saber ao certo que tipo de vida deve levar.
“Rango” é um longa de animação que trata de um tema um pouco mais denso para crianças e tendo em vista as diversas homenagens que são feitas no seu percurso, não está lá muito interessado em atingir esse público, pelo menos não somente ele. O trabalho é o primeiro projeto animado do diretor Gore Verbinski (da série “Piratas do Caribe”) e foi escrito por ele, John Logan (de filmes como “Gladiador” e “O Aviador”) e o novato James Byrkit.
O camaleão meio leso e com desejo de ser ator exibe uma barriga indefectível e usa uma camisa florida digna de um surfista. Dublado pelo astro Johnny Deep é literalmente arremessado da traseira de um carro em pleno deserto. Na busca da sobrevivência encontra uma cidade em decadência, que está sofrendo uma grave crise por conta da falta de água e sem saber muito ao certo o que está fazendo acaba se tornando um herói para esse povoado.
Gore Verbinski adiciona várias homenagens em “Rango”. De Hunter Thompson e seu “Medo e Delírio em Las Vegas” a Sérgio Leone e o clássico homem sem nome vivido por Clint Eastwood nos seus filmes. No entanto, todas essas citações não conseguem funcionar do jeito que deveriam e não inserem quase nada ao apelo inicial que o personagem propõe. Esse apelo inicial inclusive vai diminuindo no decorrer do filme de modo bem acelerado.
“Rango” é mais uma daquelas idéias que a primeira vista tem tudo para dar certo, mas que acabam ficando no meio do caminho entre seus anseios. Não consegue emocionar o suficiente com a crise de identidade proposta e nem convence plenamente através do ritmo de aventura que é obrigado a possuir. Infelizmente fica naquela indesejada área do mediano e quando a sessão acaba a única certeza que fica é que tudo será esquecido em algumas horas.
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