“Minhas Mães e Meu Pai” (“The Kids Are All Right”, no original) recebeu indicações honrosas para o Oscar desse ano em categorias como Filme, Atriz (Annette Benning), Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo) e Roteiro Original. Acompanhado de uma boa sinopse, o filme da diretora Lisa Cholodenko se torna uma evidente boa pedida quando do seu lançamento agora em DVD. No entanto, quando os créditos finais começam a aparecer o pensamento é que a pedida não era tão boa assim.
Lisa Cholodenko fez carreira na tevê e trabalhou em seriados como “A Sete Palmos” e “The L Word”, onde o componente dramático é bastante acentuado, por mais que exista um certo humor para aliviar a carga. Em “Minhas Mães e Meu Pai” isso não é diferente. Ela olha para uma família que se vê desestabilizada quando um fato novo e inusitado acontece e que precisa reencontrar seu caminho enquanto falhas pessoais são intensificadas e rotinas são quebradas e mudadas.
O grande chamariz do trabalho, no entanto, não reside nos conflitos internos dessa família e sim na forma em que ela é constituída. Annette Benning e Juliane Moore formam um casal de lésbicas (tema abordado em “The L Word”) que por conta de uma inseminação artificial tiveram dois filhos do mesmo pai. Quando Joni (a bela Mia Wasikowska), a filha mais velha faz 18 anos, resolve a partir de um pedido do irmão Laser (Josh Hutcherson) buscar o doador que lhes trouxe a vida.
Esse doador (Mark Ruffalo) é o fato inusitado que entra no jogo e acaba indiretamente gostando da família, o que no final acaba por se revelar mais em carência afetiva do que outra coisa. Com as cartas na mesa, o roteiro feito pela diretora em parceira com Stuart Blumberg desenvolve o drama que indicava. Mesmo que as atuações dos atores sejam convincentes (mas longe de valer indicação para o Oscar), o filme derrapa demais na intenção de ser “alternativo”.
O casal formado por Benning e Moore é desde o início evidenciado com diferenças, forçando muito a barra nas analogias com casais formados por heterossexuais. O doador mantém uma linha de alimentos orgânicos, o que é fora dos padrões, além de outras pequenas coisas com essa mesma intenção. A única coisa realmente boa do longa é a trilha sonora que traz Vampire Weekend, Leon Russell, Tame Impala e David Bowie. No resto, muita pretensão e pouquíssimo conteúdo.
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