Nicolas Cage já foi um grande ator em outras épocas, é bom que se afirme isso antes de falar sobre seu novo filme “Caça Às Bruxas”. No entanto, vem se afundando cada vez mais em trabalhos que beiram o patético. Ele não consegue ter uma grande interpretação desde “Adaptação” de 2002 (pelo meio até que tem algumas coisas razoáveis como “O Senhor das Armas” e mais recentemente “Kick Ass – Quebrando Tudo”), o que é muito pouco.
Ao que tudo indicava, o poço que o ator cavou já chegara ao seu fundo, mas em “Caça Às Bruxas” ele consegue a incrível proeza de ir mais fundo ainda. O filme dirigido por Dominic Sena (que trabalhou com ele em “60 Segundos”) é o que podemos chamar vulgarmente de samba do criolo doido. Começa como terror, passa pelo épico, deságua em drama pessoal de redenção, para depois endossar a ação e ir de novo para o terror meramente chinfrim.
A história é mais ou menos essa: Nicolas Cage é Behman, um devoto de Deus que lá pelo ano de 1300 e alguma coisa, defende as cores cristãs nas Cruzadas. Depois de mais de 10 anos matando um bocado de gente em nome de Deus, a consciência pesa quando ele tira a vida de uma mulher. Resolve jogar tudo para cima junto com seu companheiro de jornada Felson (Ron Perlman) e desacreditado da vida começa a andar de volta para a saudosa casa.
No caminho encontra uma Europa devastada pela peste negra e recebe a missão de levar uma jovem moça para um retiro de monges, pois acredita-se que ela seja uma bruxa e assim sendo é responsável por todos os males da baixa idade média. Behman reluta, mas acaba por aceitar a missão e envolve mais alguns consigo em uma espécie de sociedade do anel de bairro, com um aprendiz de cavaleiro, um soldado, um padre e um vigarista cheio de graça.
Na jornada para levar a moça ao “julgamento” da bruxaria, obstáculos surgem e no final de contas caberá ao grupo salvar o dia, a terra, o universo e sei lá mais o quê. Além da atuação caricata de Nicolas Cage, o roteiro é uma confusão danada e a direção não diz para o que veio. Conta a favor apenas a atuação de Ron Perlman, que já acostumado a detonar coisas esquisitas como Hellboy, se sente bem humorado e tranqüilo. É filme para passar longe.
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