O enredo da história é aquele mesmo de tantas outras vezes. A pessoa tem uma adolescência complicada e resolve trilhar um caminho diferente do que todos esperavam. No decorrer desse caminho existem momentos intensos de provação, até que chega a fama e o reconhecimento que logo vão trazer consigo drogas e álcool. A pessoa então cai, passa por uma via crucis no inferno, mas consegue se recuperar e alcança a redenção no final de tudo.
Independente de ser um artista, um esportista, um político ou mesmo um cidadão comum, esse enredo já foi contado inúmeras vezes no cinema alcançando na maioria das vezes resultados medianos, por mais que tenhamos também exemplos de grandes trabalhos. A trajetória da paulista Raquel Pacheco, mais conhecida em todo o Brasil como “Bruna Surfistinha”, traz no seu cerne basicamente a mesma coisa e um resultado igualmente mediano.
Olhando o filme “Bruna Surfistinha” somente como cinema, o resultado é muito baixo. Deborah Secco embora seja infinitamente mais bonita que a Raquel Pacheco original, não consegue convencer no papel, principalmente no ínicio quando contracena com a geração do colégio da moça. Nos momentos de maior sensualidade e malandragem, ela até que se sai bem (e preenche a tela com ótima forma), o que acaba compensando um pouco as passagens ruins.
Agora se olharmos apenas para a questão do entretenimento e do conseqüente apelo comercial do filme, “Bruna Surfistinha” tem tudo para alcançar ótimos números de público, como o próprio dia da estréia já demonstrava nas filas do cinema. A história da menina que saiu de casa jovem para ganhar a vida como prostituta nas ruas de São Paulo e virou celebridade por conta de um blog das suas experiências, traz os ingredientes necessários para o sucesso.
O diretor Marcus Baldini apenas circunda os temas espinhosos que se sugerem, fazendo uma imensa novela como é comum no cinema nacional. “Bruna Surfistinha” não é um bom filme, mas acaba sendo um razoável entretenimento, já que essas coisas necessariamente não precisam andar juntas. Vai servir para deixar Deborah Secco (atual capa da Rolling Stone) mais famosa e inserir alguns milhares de reais nas contas dos envolvidos diretos e do pessoal da pirataria.
Site da Bruna Surfistinha: http://naonaopara.virgula.uol.com.br/brunasurfistinha
Nenhum comentário:
Postar um comentário