O seriado “O Besouro Verde” estreou na televisão nos anos 60, ganhando fãs e toda uma aura cult posteriormente, devido principalmente a presença de Bruce Lee nele. O ator Seth Rogen de “Ligeiramente Grávidos” e “Segurando As Pontas” é um desses fãs que a série acumulou com o decorrer dos anos. É dele que resultou grande parte do empenho para que a idéia original fosse convertida em um filme dentro dos padrões atuais e para todo um novo público.
O longa passou por diversos problemas na produção, trocou de diretor, de atores e ficou meio à deriva. Seth Rogen então partiu para uma ofensiva e conseguiu o diretor Michel Gondry (de “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”) para dirigir e assinou o roteiro junto com Evan Goldberg. O resultado pelo menos financeiramente se tornou bastante notável, visto que o longa estreou em primeiro lugar nos Estados Unidos antes de desembarcar aqui.
Antes de entrar na sala para assistir “O Besouro Verde” é extremamente necessário se soltar das amarras habituais que se pode ter referente a qualidade. Esqueça um roteiro elaborado e sem falhas, justificativas razoáveis para os acontecimentos ou atuações convincentes. Esqueça também que o filme é em 3-D, pois isso pouco acrescentará no final. Se você tiver a habilidade para deixar tudo isso largado na porta da sala, talvez consiga achar graça e se divertir.
A história gira em torno de Britt Reid (Seth Rogen), filho mimado de um milionário dono de um jornal em Los Angeles. Quando o pai falece e sem demonstrar muito claramente os porquês, Reid encontra em Kato (Jay Chou) um amigo, e mais ainda um ajudante para corroborar suas insanidades “adolescentes”. Os dois entram de brincadeira no combate ao crime, sem ter noção do que estão fazendo e acabam por aperfeiçoar seus métodos pouco a pouco.
Michel Gondry guia uma sátira aos super heróis, ao mesmo tempo em que mostra um bom desempenho nas cenas de ação e nos diálogos. E fica por aí. “O Besouro Verde” funciona apenas como um passatempo para ser digerido em duas horas e esquecido logo em seguida. Até diverte, mas é preciso muito boa vontade para tanto. No mais, parece que Michel Gondry não tem talento para o besteirol e a ação descompromissada, mesmo sem saber se isso é bom ou ruim.
P.S: O filme também tem a Cameron Diaz, mas ela está tão sem sal e sem graça, que é melhor nem comentar.
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