“Os Filhos do Imperador” é o quarto livro da americana Claire Messud e foi originalmente lançado em 2006 nos USA, chegando por aqui em 2008 pela Nova Fronteira. A autora é esposa do conhecido crítico literário John Wood e nasceu em solo norte-americano, mesmo sendo filha de um argelino e de uma canadense. Seus livros anteriores foram aclamados com prêmios e figuraram no meio da lista dos mais vendidos do New York Times.
Com “Os Filhos do Imperador”, Claire Messud recebeu críticas elogiosas de publicações tradicionais como o Washington Post e o New York Times Book Review, trazendo assim um interesse maior embutido no livro. Quando a leitura vai avançando, inserida dentro da Nova York de 2001, mas antes do atentado de 11 de Setembro, percebemos que talvez os elogios tenham sido exagerados, ou então a crítica faz parte da mesma ala que é atacada na trama.
A escritora apresenta três amigos na faixa dos 30 anos (Marina, Danielle e Julius) que vivendo na selva que é a cidade norte americana buscam seu espaço dentro da (pretensa) elite intelectual que a habita. Sobre eles paira a figura do renomado jornalista Murray Thwaite (pai de Marina), que de uma maneira ou outra acaba influenciando a vida de todos, assim como a de Frederick Tubb, um jovem de 20 anos que aparece para dar uma nova visão a eles.
Os objetivos de “Os Filhos do Imperador” são bem definidos e até que funcionam bem. Ao mesmo tempo em que existe a crítica em cima daqueles que se dizem intelectuais e, por conseguinte de toda a esfera jornalística da cidade, ocorre também uma visão de um país perdido e que fica completamente sem rumo depois do 11 de Setembro. Libera artilharia também contra a geração dos anos 90, que cresceu e chegou aos 30 anos sem dizer muita coisa.
Os alvos da autora, no entanto, são enfraquecidos pela pressa com que decide os rumos necessários para que a trama ganhe ritmo e conduza ao resultado pretendido. Tudo avança rápido e com muitas coincidências, sendo que na maior parte do tempo não há justificativa para tanto. Dessa forma, por mais que o livro possa até ostentar ser muita coisa, sua leitura acaba sendo desencorajada a cada página virada e chegar ao final se torna uma canseira danada.
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