Desde que foi originalmente concebido por Jonathan Swift como um livro no longínquo ano de 1726, “As Viagens de Gulliver” já teve incontáveis adaptações para as mais distintas esferas do mundo do entretenimento. Dessa forma, uma nova adaptação para o cinema não desperta a primeira vista nenhuma notícia sensacional ou extraordinária. No entanto, como o protagonista desta nova versão é Jack Black, pelo menos algum interesse cria-se em torno do projeto.
Esse novo “As Viagens de Gulliver” objetiva converter o texto original para os nossos tempos explorando uma verve simplesmente cômica e sem o sarcasmo e crítica social que o original consegue transparecer. Ao acabar a sessão percebe-se que o resultado cômico até que é alcançado em um ou outro momento, mas fica bem aquém do que se poderia imaginar. Jack Black no papel de Lemuel Gulliver não convence completamente e abusa um pouco das suas caretas.
Aliás, Jack Black já está trilhando o mesmo caminho de Jim Carrey no uso excessivo das expressões faciais como caminho para a sua comédia. O que antes significava um diferencial engraçado transforma-se em algo chato e inapto com o decorrer do tempo. E continuando nesse pequeno exercício de comparação, ele ainda sai perdendo por não ter bons momentos de drama na carreira, ao contrário de Jim Carrey que já mostrou que quando quer pode ser um belo ator.
Na trama do longa, o personagem principal trabalha para um jornal de Nova York no qual exerce a função de coordenador da expedição, entregando correspondências aos funcionários. Em um dia ruim e devido a sua platônica paixão por Darcy Silverman (Amanda Peet de “Meu Vizinho Mafioso”), ele se envolve em uma enrascada e embarca para uma viagem rumo ao Triângulo das Bermudas onde acaba por chegar na terra onde os habitantes são do tamanho de uma formiga.
A estréia de Rob Letterman na direção em filmes sem ser de animação (antes já havia feito “Monstros Vs. Alienígenas” e “O Espanta Tubarões”) também não é das mais inspiradas e não contribui em quase nada para o resultado final. “As Viagens de Gulliver” consegue extrair algumas risadas e não é um martírio assisti-lo, porém alcança com muita boa vontade apenas a alcunha de mediano e traz um ator que precisa urgentemente se reinventar e deixar de parodiar a si próprio.
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