Marku Ribas nasceu em 19 de maio de 1947 na cidade de Pirapora, interior de Minas Gerais e desde lá vem trabalhando quietinho como todo bom mineiro, sendo redescoberto aqui e acolá por novos ouvintes. É dono de um clássico incontestável do samba rock, a música “Zamba Ben” contida no álbum “Underground” de 1973, que trazia ainda outras faixas bacanudas como “Orange Lady”. Em 2010 chega ao seu décimo primeiro registro de estúdio: “4 Loas”.
Exilado do país nos anos de ditadura atuou como ator na França, trabalhando com diretores como Robert Bresson e morou por um tempo em algumas ilhas caribenhas como Martinica, o que trouxe para a sua música novas influências e fraseados. “Redescoberto” novamente por um número maior de pessoas devido a uma coletânea lançada pela gravadora Dubas, que teve Ed Motta como organizador, o compositor e músico mostra mais um disco.
“4 Loas” traz tudo que esse senhor sabe fazer com grande qualidade. Samba rock multifacetado em pedaços de bossa nova, soul, funk e jazz. Com uma banda de apoio competentíssima onde o destaque é a bateria precisa e ritmada de Esdras Neném Ferreira, conta também com o baixo suingado de Ezequiel Lima e a guitarra pulsante de Fabinho Gonçalves. Mesmo com tanta qualidade, o maior nome do disco é mesmo o violão e vocal de Marku Ribas.
Complementando as notas que saem do seu violão e forjam as harmonias, ele canta letras soltas que amarra com scats e palavras que se ampliam na busca de se encaixar na melodia. Outras vezes soa malemolente e constrói versos simples sobre coisas do dia a dia. São onze canções autorais, sendo apenas duas em parcerias: “Querobem Querubim” e “Altas Horas”, feitas em conjunto com os já falecidos parceiros Arnaud Rodrigues e Luizão Maia, respectivamente.
É difícil achar alguma canção (com exceção da chata última faixa) que não mereça comentário especial. Bons exemplos são “Doce Vida” com incursões mais suaves, ambientadas no jazz, “O Mar não tem Cabelo” com os metais sangrando e abrindo espaço para a guitarra embebedada de “wah-wah” ou o samba rock de “A Embaixatriz” que versa sobre uma nega impossível de ficar indiferente. “4 Loas” é bem indicado para fugir da mesmice diária.
My Space: http://www.myspace.com/markuribas
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