No ano passado o Manic Street Preachers fazia a homenagem definitiva a Richey James, guitarrista que desapareceu e foi dado como morto. O tom de “Journal For Plague Lovers” não era dos mais alegres. Deixado isso para trás, o grupo volta com força aos seus assuntos habituais em “Postcards From a Young Man” que o baixista Nick Wire definiu como a “última tentativa de comunicação em massa”. Realmente ele traz algumas das canções com ar mais pop da sua carreira.
Logo na abertura com “(It's Not War) Just The End Of Love”, James Dean Bradfield canta sobre o final de um amor iniciando com os versos “Para sentir o perdão, você tem que perdoar”. É, o amor acaba. Simples assim. Na faixa título com orquestrações ao fundo e solo de guitarra entrando no meio da canção, o Manics canta sobre o passar do tempo e olha para a juventude se reincriminando de certas atitudes. Sinais de tudo que banda viveu até chegar a esse décimo disco.
“Some Kind Of Nothingness” é uma canção daquelas que você precisa puxar o ar várias vezes. Com Ian McCulloch do Echo And The Bunnymen nos vocais e um coral gospel encharcando a canção de beleza, uma letra melancólica assume: “O céu está caindo sobre você”. “The Descent (Pages 1 & 2)” é tudo aquilo que o grupo faz com perfeição. Um rock clássico conduzido por violões com Sean Moore quebrando a canção na bateria e James Dean Bradfield cantando com a alma.
“Hazelton Avenue” traz novamente orquestrações e talvez pela presença do seu líder anteriormente, lembra bastante Echo And The Bunnymen. Em “Auto Intoxication” o Manics apresenta a luxuosa participação de John Cale no piano fazendo uma canção sobre perdas e vícios ganhar proporções maiores do que poderia suspeitar. “Golden Platitudes” é uma balada clássica que canta novamente sobre amor e pergunta “Onde é que tudo deu errado? Onde estão os sentimentos?”.
“I Think I've Found It” inicia com uma viola dedilhada para depois assumir o tom pop do álbum. “A Billion Balconies Facing The Sun” traz o ex-Guns And Roses Duff McKagan no baixo e uma visão cínica sobre o posicionamento perante o mundo. “All We Make Is Entertainment” mesmo não sendo o primeiro single do trabalho, tem tudo para ser seu hit. Começa com o tão roqueiro “one, two, tree...” para se espalhar em um rock de arena grudento e com melodia assoviável.
“The Future Has Been Here 4 Ever” com o baixista Nick Wire nos vocais e o baterista Sean Moore no trompete encerra este “Postcards From a Young Man” junto com as guitarras mais altas de “Don't Be Evil”. O Manic Street Preachers explora o caminho já aberto por “Send Away The Tigers” de 2007 e deságua naquele que é provavelmente seu registro mais pop e acessível, o que não significa banalidade em momento algum. Certamente um dos discos do ano. Confira.
Sobre o disco anterior, passe aqui.
My Space: http://www.myspace.com/manics
Site Oficial: http://www.manicstreetpreachers.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário