Terceiro dia de SWU, o festival que prometia ser um dos maiores do mundo. Com direito a transmissão em tv e matérias espalhadas por todos os meios de comunicação, antes do terceiro dia o SWU oferecia tantos medos que a vontade de ver os shows ficava quase que escanteada para o lado. Os dois primeiros dias sofreram com críticas severas que atingiam praticamente toda sua esfera. Da alimentação ao caos do transporte. Do som a desorganização interna.
Nesse antro de incertezas foi que parti junto com amigos para o último dia e passo a passo os monstros não pareciam tão monstruosos assim. A saída do Anhembi foi tranqüila no ônibus em direção a Itu, que nos largou na frente do portão. Entrando ainda às 16:00hs, o festival de cores e pessoas já se apresentava ali. Com a programação na mão e um frio que ainda se encontrava distante nesse momento, nos posicionamos em frente ao palco que tocaria o Yo La Tengo.
Ira Kaplan subiu empunhando uma guitarra detonada e encheu os últimos raios de sol da segunda com distorção. Parecendo um grupo de professores de história ou geografia, o Yo La Tengo fez um show enfezado sem dizer nem “oi’ para o público. Não funcionou como devia funcionar, ainda mais por conta de um bando de adolescentes que entoava músicas do Avenged Sevenfold (quem?) na frente. Mais ouvir canções como “Tom Courtenay” ao vivo, sempre vale.
Após o show caminhamos para o palco Oi Novo Som para o esperado show do Josh Rouse. Josh subiu acompanhado de dois outros músicos com baixolão e violão e fez um show bonito, mas que podia ter rendido muito mais. Além do som que entrava vindo dos outros palcos, o músico optou por concentrar o repertório no apenas mediano disco novo “El Turista”. Em faixas como “Streetlights” ou “Love Vibration” era evidente que funcionava melhor.
Depois era a vez de retornar aos palcos principais para ver o Queens Of The Stone Age. Enquanto esperava o insosso show do Incubus acabar e o atraso de quase uma hora para o QOTSA subir, outra parte da trupe via o Cansei de Ser Sexy subir e comandar a festa no palco Oi Novo Som. Nesse momento o frio já reinava na Fazenda Maeda em Itu (beirava os 12,13 graus) e Josh Homme foi fundamental para suportá-lo, sendo responsável por um grande show. A banda abriu logo com as duas primeiras faixas do disco de estréia, as matadoras “Feel Good Hit of the Summer” e “The Lost Art of Keeping a Secret” e a partir daí engataram um show poderoso. Faixas como “Sick, Sick, Sick” do último álbum, ficam ainda melhores ao vivo e o maior hit da banda “No One Knows” que veio no final, serviu para coroar a apresentação. Josh Homme com seu rock de garagem sujo fez o frio de Itu se aplacar pouco a pouco.
O Pixies era a próxima banda a subir e a expectativa era das maiores. Uma das bandas que mais escutei na vida. Muito se falou sobre a apatia que o show poderia ter, mas há de se convir que não dava para esperar um Frank Black pulando no palco e fazendo jogos com a platéia. Nunca foi assim e não seria depois de velho que iria começar. O que podia se esperar na verdade era uma coleção de grandes músicas e isso veio bem maior do que a encomenda inicial.
A banda sentou a mão. Iniciaram com “Bone Machine” e “Isla de Encanta” para engatar em “Tame”, a primeira de muitas faixas do clássico “Doolittle” que completa 20 anos. O set list teve canções mais “lado b” como “Caribou” e “U-Mass”, resgatou faixas do “Bossanova” como “Velouria”, “Dig For Fire” e “Allison”, distribuiu hits como “Debaser” e “La La Love You” para culminar no bis fantástico de “Planet Sound”, “Where is My Mind?” e “Gigantic”.
Depois do Pixies fomos embora, já que as outras apresentações eram Linkin Park e Tiesto (não dá né?). A saída foi tranqüila por conta do horário e a chegada em São Paulo bastante calma. O SWU passou longe do que almejou ser e pode e deve melhorar muita coisa para a versão do ano que vem. O desrespeito ao público aconteceu, mas sinceramente não vi nada que destoasse do que acontece em outros festivais brazucas que já fui. Infelizmente. Agora é esperar 2011.
***Fotos retiradas do site oficial do evento.
Um comentário:
qotsa e pixies?
que sortudo!
acho q faltou 'medication', mas foi um puta show 'ducaralístico'. [acompanhei pela tv...]
e pixies deveria ser antes de qotsa, pois ficou parecendo uma banda seca e sem interatividade entre os músicos, depois do show explosivo do the queens... hehehe
ainda assim, foi lindo!
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