Quando os créditos finais de “O Golpista do Ano” começam a passar, você fica imaginando algum ponto positivo para destacar. Isso é claro, se você conseguiu ficar até o final. A começar do esdrúxulo título nacional que nada remete ao original “I Love You Phillip Morris”, para terminar em uma atuação fraquíssima de Jim Carrey que não lembra em nada divertidos filmes recentes como “Sim Senhor”.
O longa é baseado na história real de Steven Russell (Jim Carrey), um policial do Texas que tem uma vida pacata com a mulher e a filha. Seguindo a cartilha tradicionalista dos conservadores, Russell é adepto de uma vida sem vícios (comemora vitórias com copos de leite) e participa ativamente da igreja. No entanto, depois que sofre um acidente de carro, as coisas mudam da água para o vinho.
Enquanto entra na ambulância Russell vai gritando ao léu que assumirá sua homossexualidade. E assim o faz. De repente larga a família, arruma um namorado (interpretado pelo Rodrigo Santoro) e começa a viver em um luxo demasiado que para conseguir dar suporte, distribui as mais diversas e variadas trapaças e falcatruas. Evidente que um dia a casa cai e ele vai parar na cadeia.
Na prisão Russell conhece Phillip Morris (Ewan McGregor) e inicia uma história de amor que levará a instâncias distantes. O caso de amor que dá nome inclusive ao filme, deveria ser o ponto principal, mas dá lugar para as já conhecidas caretas de Jim Carrey, que usa o roteiro mais como uma comédia sem pé nem cabeça (e na maioria das vezes sem graça), do que como o drama que o sustenta.
O rumo do filme indica que ele almeja ser um novo “Prenda-me Se For Capaz”, divertida comédia de Steven Spilberg com Leonardo DiCaprio e Tom Hanks, mas caminha a léguas desse objetivo. Na sua maioria “O Golpista do Ano” é insosso e não consegue nem ao menos chocar com as cenas “gays” que traz. Mesmo que não tenha nada para fazer e só tiver esse filme no cinema, passe longe. É melhor.
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