Uma equipe de agentes da CIA está em missão, quando descobrem algo que não deveriam saber. Automaticamente o comando da operação traça um plano para que isso acabe lá mesmo. O helicóptero de resgate explode no ar e a CIA entende que seus tripulantes estão todos mortos. Só que por uma sorte do destino, a equipe não estava no helicóptero e continuam vivos com um imenso gosto de vingança transbordando de todos os poros dos seus corpos.
“Os Perdedores” adapta para a grande tela mais uma história em quadrinhos. Trata-se de “Losers” muito bem escrita por Andy Diggle e desenhada por Jock, responsável por capas magistrais para a série que ganhou 32 edições lá fora pelo selo Vertigo da Editora DC e só esse ano começou a ser publicada no Brasil pela Panini. A HQ conhecida no mundo alternativo dos scans e downloads na internet é consistente e cheia de vigor, ação e diálogos inteligentes.
O filme, no entanto, passa bem longe da visceralidade da série original. A equipe dos perdedores ganha no cinema as seguintes caras: O chefe da bagaça Clay é Jeffrey Dean Morgan, o mestre em veículos Pooch é Columbus Short, o nerd Jensen é Chris Evans, Roque é Idris Elba e o atirador Cougar é Oscar Jaenada. O papel de Aisha, a assassina que não perdoa ninguém e se mete na vida dos perdedores é interpretada por Zoe Saldana, que não convence.
A trama de vingança que nos quadrinhos é tratada como uma espécie de justiça selvagem, como diria Francis Bacon, é amansada por Hollywood. As razões que levaram a CIA a detonar a equipe e que de tão fortes serves como matriz para a serie, aqui são desagravadas. O enigmático Max perde todo o charme e aura de mistério para ganhar um tom paspalhão que não funciona, por mais que Jason Patric até se esforce no papel. Um amaranhado de erros consecutivos.
Para quem não conhece o original, “Os Perdedores” passa tranquilamente por um filme comum de ação hollywoodiano, com explosões, tiroteios e cenas de ações bem feitas e é nisso que está seu grande problema. Se o inexperiente diretor Sylvian White e os roteiristas Peter Berg e James Vanderbilt atentassem mais para os quadrinhos poderiam ter construído um filme diferenciado nesse setor, pois a matéria prima era generosa. Para esquecer e ir atrás da HQ.
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