Zeca está na casa dos 30 anos e ainda não fez nada de relevante nesse tempo. Desde pequeno seus pais alardeavam o talento para escrever, no entanto isso não se concretizou em nada. Seu primeiro romance encharcado de influências de Rubem Fonseca empacou na página 50 e não consegue ir além disso. Enquanto vive da herança da falecida mãe e administrada pelo pai que cobra uma postura melhor sua, Zeca se envolve em uma perigosa aventura amorosa.
“Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos” é o primeiro trabalho de Paulo Halm como diretor de um longa metragem, já que como roteirista tem vasta experiência (“Pequeno Dicionário Amoroso” e “Guerra de Canudos”, por exemplo). Nele seu personagem principal Zeca, interpretado por Caio Blat de maneira satisfatória, narra sua história direto da poltrona que o ócio e a preguiça lhe colocaram. Uma vida ordinária e plenamente banal.
Zeca mora junto com Julia (Maria Ribeiro) há cinco anos e os dois vão vivendo apesar das personalidades opostas. Enquanto ele acha estupendo sua vida sem realizações, Julia é ambiciosa e visa melhorar cada vez mais. A relação entre os dois dá uma azedada quando Carol (a bela atriz argentina Luiz Cipriota) entra no cenário. Zeca visualiza a relação entre sua esposa e Carol como uma traição e fica obcecado pela segunda, se submetendo a situações patéticas.
O filme mostra algumas cenas de sexo, o que acabou gerando um pequeno estardalhaço sobre o tema, mas elas não são gratuitas ou forçadas, pois se relacionam diretamente com Zeca, já que sexo parece ser a única coisa que realmente lhe interessa. Outros bons pontos do trabalho são o pai de Zeca vivido por Daniel Dantas e o Rio de Janeiro como cenário de fundo, que mesmo não sendo explorado na proporção que poderia ser, rende pontos positivos no final.
Mas é no triângulo amoroso que a trama realmente se conduz, tanto nos momentos de humor quanto no próprio drama existencial que toma conta da segunda metade. Paulo Halm faz uma direção sem maiores surpresas mais que funciona bem em conjunto com os devaneios de Zeca. O maior pecado de “Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos” no entanto, por mais estranho que possa parecer é o roteiro, que acaba caminhando e indo para lugar nenhum.
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