Um ex-militar (mas pode ser ex-policial ou uma pessoa comum) vê sua vizinhança se degradar, com gangues de jovens comandando brutalidades habituais. Um grande amigo (mas pode ser uma esposa, uma filha ou alguém próximo) é assassinado com extrema violência e então a pessoa que antes assistia a tudo passivamente, resolve fazer justiça com as próprias mãos. Roteiro batidaço né? Digno de um clássico a ser protagonizado pelo Steven Seagal.
Assim é o roteiro de “Harry Brown”, filme londrino do ano passado que chega diretamente em DVD por aqui. A primeira vista é o típico do filme para correr bem longe, ou só assistir naquelas madrugadas de insônia. Mas não é caso. Por qual motivo? Principalmente por conta do responsável pelo papel principal, mais especificamente o grande Michael Caine, que já se meteu em algumas furadas sim, por trabalhar demais, mas ainda é um grandíssimo ator.
Aos 78 anos, Michael Caine vive o ex-fuzileiro que dá nome ao filme dirigido por Daniel Barber. O roteiro apesar de óbvio e repleto de possíveis lugares comuns, consegue dá uma boa fugida do banalismo fácil. O Harry Brown que vemos passa distante de um Charles Bronson em um dos filmes da série (clássica ao seu jeito) “Desejo de Matar”, por exemplo. Seu universo é real e a maneira que as coisas se sobrepõem para levar a vingança até se justifica.
O Harry Brown de Caine não sai simplesmente atirando em todo mundo no meio da rua como um jovem herói. Pelo contrário, ao correr atrás de um dos alvos da sua proposta vingança quase tem um infarto e despenca no chão semimorto. O diretor Daniel Barber coloca também a serviço do longa, uma fotografia suja e destratada e não segura a mão na violência das cenas. Drogas, perversão e crimes gratuitos. A mesa fica farta para as escolhas serem feitas.
É claro que não é um filmaço, um trabalho para ser vangloriado aos quatro cantos (apesar de ter recebido críticas bem positivas no Reino Unido), mas merece um lugar nas salas de exibição mais do que muita bomba por aí. Michael Caine é um ator soberbo, daqueles que tem o dom de carregar sozinho qualquer produção, até onde as chances de erro eram imensas como em “Harry Brown”. E ele anda dizendo que vai parar. O cinema ficará um pouco menor.
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