Os gaúchos do Superguidis chegam ao terceiro disco esse ano. Na primeira faixa do álbum, um suave dedilhado de violão antecede versos reflexivos: “quando a tarde cai, quando nada mais é capaz de resolver, quando não se vê...”. Será que a banda deixou a mão roqueira e as letras inesperadas e criativas de lado? Ledo engano. Logo na seqüência aparece o verso “quando se quer esquecer o que o Roger Waters disse em 73” e as coisas voltam ao seu devido lugar.
É claro que quem acompanha o grupo sabia que não haveria mudanças no novo disco, tendo em vista os shows e as músicas liberadas anteriormente. “Superguidis” traz poesia irônica e pop encharcada com guitarras e seus riffs cortantes. Andrio Maquenzi (vocal e guitarra), Lucas Pocamacha (guitarra e vocal), Diogo Macueidi (baixo) e Marco Pecker (bateria), voltam novamente com a parceria Senhor F e Monstro Discos e a produção de Philippe Seabra.
Já em “Não Fosse o Bom Humor” as guitarras assumem e ditam o que virá. “Visão Além do Alcance” brinca com premonições e “As Camisetas” traz ótima letra, (visão Superguidis) sobre o término de um romance, cantando “porque será que sempre chove toda vez que alguém te abandona?”. “Quando Se é Vidraça” afirma que “ser pedra é barbada” enquanto “Fã-clube Adolescente” manda: “eu sou um relapso imprevisível como um fã-clube adolescente”.
“De Mudança” é a mais anos 90 do disco e “Casablanca” tem um riff perfeito, cantando sobre crescimento pessoal, mesmo com um coração juvenil. “O Usual” traz solidão e morte em cima da mesa e “Nova Completa” com a letra bastante ingênua, tem o carimbo do Superguidis na melodia e instrumental. Para fechar, “Aos Meus Amigos”, uma bonita canção sobre amadurecimento e amizade: “aos meus amigos toda a acidez de um abraço embriagado”.
“Superguidis” ainda vem outro disco de bônus mostrando o registro de um show da banda em formato acústico que serve não somente para presentear aos fãs, cada vez mais numerosos, como também ratificar a posição do grupo no cenário nacional, tendo já uma vasta coleção de “hits”. Os gaúchos continuam brilhando no cenário independente tupiniquim conseguindo a rara e difícil façanha de envelhecer sem perder a pegada e o ritmo do início.
Sobre os discos anteriores, passe aqui e aqui.
Site Oficial: http://www.superguidis.com.br
My Space: http://www.myspace.com/superguidis
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