A velha pergunta feita por Alan Moore em “Watchmen” nos anos 80: “Quem Vigia os Vigilantes?” ganha uma resposta cruel, violenta e obscena nas mãos de Garth Ennis (de “Preacher” e “Hitman”). Na série “The Boys” ele cria uma equipe que sob a administração da CIA, vai atrás de descobrir os maiores podres dos super heróis para poder controlá-los, em um mundo repleto de seres com poderes especiais trafegando sem muitos limites.
A Devir lança por aqui os seis primeiros números da série, no arco “O Nome do Jogo” que na verdade, como sabemos na leitura, Garth Ennis queria chamar de “Tocando um Puteiro”. Este álbum da Devir, mostra para o público brasileiro (aquele que já não leu pelos blogs da rede), um Garth Ennis mais ensandecido do que nunca. Toda pessoa com poderes é para ele um potencial filho da mãe e isso não fica barato em momento algum.
“The Boys” já sofreu algumas restrições lá fora, como atrasos por conta de conteúdo inapropriado e até mesmo ameaça de cancelamento. As histórias retratadas com competência pelo desenhista Darick Robertson (“Transmetropolitan”), co-autor da série, é um prato cheio e transbordado de politicamente incorreto e humor negro. Violência, chantagem, sexo, drogas e egoísmo impulsionam o mundo por trás dos vigilantes amados do povo.
Logo em uma das primeiras histórias uma super heroína vinda do interior dos USA repleta de valores e crenças, entra na equipe dos “Sete”, a maior desse mundo fictício, depois de passar por testes e mais testes. Ao ser recebida pelo líder do time, precisa passar por mais uma prova. Uma série de favores sexuais para os outros integrantes. E assim Garth Ennis vai derrubando tijolo por tijolo dos pretensos valores morais expostos pelos super seres.
Billy Carniceiro, Hughie Mijão, Leite Materno, o Francês e a Fêmea, a equipe chamada de “The Boys” não dispensa ninguém, pois todos têm algo a esconder. Sua missão é impor rédeas e limites, além de “chutar algumas bundas” quando necessário. HQ adulta, em que as crianças devem passar longe. Os universos construídos por Garth Ennis trazem sempre este esboço completo de violência, onde todo mundo quer se dar bem e continua a impressionar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário