O escritor norte americano Dan Brown já vendeu com “O Código da Vinci” mais de 80 milhões de cópias mundo afora. Isso sem contar seus outros livros. Um verdadeiro fenômeno. Na grande maioria dos casos, um sucesso estrondoroso como esse não reflete basicamente em qualidade. Dan Brown conseguiu equilibrar essa balança, principalmente com “Anjos e Demônios”, o livro que antecedeu seu maior sucesso, contando uma história envolvente e rica em detalhes.
“O Código da Vinci” apesar de manter o mesmo ritmo já apontava para uma repetição de fórmulas e caracterizações, mas ainda assim é uma literatura agradável, mesmo longe de ser espetacular. No novo livro da série que traz o catedrático Robert Langdon à tona, Dan Brown, no entanto, perdeu completamente a rédea do trabalho. “O Símbolo Perdido” lançado ano passado aqui pela Editora Sextante é uma gravura desbotada e sem graça dos seus livros anteriores.
Em “O Símbolo Perdido” Robert Langdon sai de Paris e do Vaticano, para entrar em Washington, capital dos EUA, outra cidade repleta de mistérios antigos. No lugar do Museu do Louvre, entra o Capitólio. Ele continua acompanhado de uma bonita mulher na correria para descobrir e desvendar teorias conspiratórias. A nova Vittoria Vetra e/ou Sophie Neveu é Katherine Solomon. Até o vilão guarda semelhanças com personagens anteriores, devido à estranheza.
Dessa vez, Robert Langdon se envolve com os segredos da Maçonaria (que fica no lugar do Priorado de Sião e dos Illuminati como antiga instituição misteriosa), o que pode acarretar na morte de uma grande amigo seu, Peter Solomon, assim como em um imenso perigo para os EUA. Para evitar esses desastres, o professor vestido com seu paletó de tweed, relógio do Mickey Mouse no pulso e fobia por espaços fechados, precisa usar todo seu brilhantismo e sagacidade.
Nas aventuras anteriores de Robert Langdon, Dan Brown conseguiu construir um mosaico que unia aventura, história antiga e um roteiro que guardava bem suas surpresas. As tramas por mais que trouxessem mistérios antigos não se distanciavam tanto assim de uma pretensa aplicabilidade na vida real. Em “O Símbolo Perdido” isso não ocorre. As artes (arquitetura, pintura, escultura,etc.) por mais que ainda sejam interessantes, se perdem na trama fantasiosa e confusa.
São raros os autores que conseguem manter o mesmo personagem no decorrer dos anos sem perder o dom de surpreender, aliando assim apaziguar a avidez dos fãs por novas histórias e a qualidade literária desses escritos. Dan Brown ao que tudo indica não será um destes casos. Talvez até por conta da inúmera quantidade de obras genéricas que apareceram “inspiradas” na esfera explorada em seus livros, a sua literatura já mostra sinais fortes de cansaço e repetição.
Sobre o filme “O Código da Vinci”, passe aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário