A Síndrome de Asperger traz ao seu portador problemas como dificuldade na interação social, desenvolvimento de padrões repetitivos, atenção exclusiva para um determinado tema e a não compreensão do que as outras pessoas esperam ou desejam. Geralmente quem sofre com essa Síndrome exibe uma inteligência acima da média. Esse é o caso do protagonista de “Adam”, filme norte americano do ano passado que chega agora em DVD.
Escrito e dirigido por Max Mayer, que estréia na direção e tinha no currículo somente alguns episódios de seriados como “The West Thing” e “Alias”, “Adam” emociona e foge do lugar comum utilizado na grande maioria das comédias românticas. Interpretado com muita intensidade e sutileza por Hugh Dancy, “Adam” insere o telespectador em um mundo paralelo, que tem regras e rotinas próprias, onde coisas fáceis são bem mais complicadas.
Após a morte de seu pai, com o qual dividia o apartamento, Adam se vê sozinho em um mundo que necessita de uma certa habilidade que ele infelizmente não dispõe. Sua única companhia é Harlan (Frankie Faison, perfeito nas curtas aparições), um velho amigo de seu pai desde a época do exército. No trabalho como engenheiro elétrico de uma empresa de brinquedos, não tem nenhum relacionamento mais acentuado até o dia em que é demitido.
No seu caminho aparece Beth (Rose Byrne), uma linda mulher que trabalha em uma escola para crianças e planeja escrever livros infantis no futuro. Vinda de uma família rica, Beth vê seu mundo e suas concepções serem confrontadas quando inicia um relacionamento com Adam, que muitas vezes se confunde com outros sentimentos. Os pais de Beth, interpretados por Frank Faison e Amy Irving, servem na medida certa para o história fluir.
“Adam” é um filme bem construído e bonito, demonstrando que às vezes um bom roteiro (também assinado por Max Mayer) envolvido com simplicidade e emoção funciona bem mais do que millhares de efeitos especiais. A poesia de “Adam” passa pelo amor e o veste com roupas nobres como companheirismo e compreensão, contando assim um romance de modo algum convencional, que ainda versa sobre conhecimento próprio e superação.
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