Após a sessão de “Um Sonho Possível” que estreou nesta última sexta feira por aqui, a grande maioria dos comentários ao sair do cinema eram de “lindo”, “que história de vida” ou “emocionante”. O longa é trabalhado em cima de uma história real e recebeu indicação ao Oscar de Melhor Filme e fez Sandra Bullock arrebatar a primeira estatueta da sua carreira como Melhor Atriz, pois cumpre todos os requisitos que o grande público adora (e Hollywood também).
Dirigido por John Lee Hancock, “Um Sonho Possível” é entretenimento para as massas. É daquelas histórias de bondade e de superação que vemos vez ou outra. Como história realmente emociona e nos leva a pensar na conclusão clichê, mas não menos verdadeira do: “Se cada um fizer sua parte o mundo será um lugar melhor”. Como cinema, no entanto, não mostra nada de realmente impressionante. Um filme regular onde tudo é plastificado e certinho demais.
Somos apresentados na película a vida de Michael Oher (Quinton Aaron), um jovem negro que como tantos outros vive sem esperança. Sem pai e com uma mãe afundada nas drogas, Michael não tem nem onde morar, até conhecer Leight Anne Tuohy (Sandra Bullock). A dona de casa e decoradora casada com um milionário empresário do ramo de fast-food, resolve levar Big Mike como Oher é inicialmente chamado para passar uma noite chuvosa na sua casa.
A estadia de Michael vai se alongando e a família de Leigth Anne, incluindo o marido e os dois filhos vão cada vez mais gostando do gigante negro intimista e generoso. A família passa a focar não somente na relação dele com os estudos como também pavimentar um futuro na esfera do esporte. Michael é levado ao time de futebol americano da escola em que estuda e logo se apresenta como um grande destaque atuando na linha ofensiva em proteção ao Quarterback.
“Um Sonho Possível” é um filme que faz se sentir bem, isso é inegável. Quando a conservadora Leight Anne se opõe de modo obstinado contra o seu mundo em favor do seu novo filho ou aceita o impensável convívio com uma democrata, a professora particular interpretada pela sempre competente Kahty Bates, emociona mais. Por se tratar de uma historia verídica pode até ser perdoado os excessos e fantasias do roteiro escrito pelo próprio diretor.
O tema do preconceito é revestido de maneira muito leve e sem tanta pressão, o que nos faz imaginar se realmente foi assim. O próprio Michael Oher, hoje um dos principais jogadores da NFL defendendo as cores do Baltimore Ravens chegou a dizer que “as coisas não aconteceram bem desta forma”. É Hollywood total e vai render comentários elogiosos e empolgados, antes de terminar passando interruptamente na Sessão da Tarde daqui a alguns anos.
3 comentários:
Achei esse filme paternalista demais. Uma overdose de assistencialismo barato. O cara negro vira uma marionete, um ser humano incapaz de tomar uma decisão e totalmente dependente da boa vontade alheia.
É bonitinho Drico... Acabei de voltar do cinema e de assistí-lo. Fui com a mamãe (pasmem!) e com uma amiga que se derreteu em lágrimas. Nada demais mesmo. Agora, o que eu achei muito legal foi o S.J. Que molequinho gracinha! Promessa de ator, quando virar gente. Não se pode negar o traquejo do garoto, ehehehe
P.S: Tô em falta contigo, eu sei. Mas qualquer hora, apareço decentemente por aqui. ;)
Antonio, o filme é para emocionar publicos a fim de transferir a sua parte da responsabilidade para os outros infelizmente.
Laurina, é bonitinho sim, concordo, mas tambem é ordinario:))
Postar um comentário