O pernambucano Lúcio José Maia Oliveira é um dos maiores guitarristas do nosso país já há algum tempo. Seus riffs criativos e poderosos são um dos pontos altos da Nação Zumbi desde a época que o saudoso Chico Science se fazia presente comandando o grupo. Quem já viu o guitarrista tocando ao vivo, explodindo e suingando junto com as seis cordas do seu instrumento que ganham amplitude nas pedaleiras, sabe da força que ele imprime nos seus ataques.
Em 2010, Lúcio Maia chega ao segundo trabalho do seu projeto solo, o Maquinado. “Mundialmente Anônimo - O Magnético Sangramento da Existência” sucede “Homem Binário” de 2007 com méritos. Não há nele um aspecto tão carregado de eletrônica, por mais que ela esteja presente em todo lugar, seja nos efeitos da guitarra, nos samplers ou nos vocais. Este novo trabalho flerta mais com o “orgânico” como o próprio músico já afirmou.
São dez faixas que nos pouco mais de 30 minutos de execução trazem uma colagem fluente de rock, samba, hip hop, manguebeat e música eletrônica. Desde a abertura com a releitura de “Zumbi” do Jorge Ben até o final com o quase apocalipse instrumental de “SP”, o Maquinado consegue fazer com que toda essa mistura funcione de modo consistente. Lúcio Maia assume os vocais na grande maioria das faixas e traz sua parceira guitarra bem mais para o jogo.
“Mundialmente Anônimo” segue por entre as faixas de abertura e encerramento já citadas por outras como “Dandara” e suas distorções, o suingue de “Tropeços Tropicais”, com Lurdez da Luz do Mamelo Sound System nos vocais, o pop psicodélico de “Pode Dormir”, a conversa instrumental de “Recado ao Pio, Extensivo ao Lucas” (o recado é para Pio Lobato e Lucas Santtana, completando uma trinca entre os músicos) e o samba quebrado de “Girando ao Sol”.
Outro grande momento de “Mundialmente Anônimo” fica por conta da versão para “Super Homem Plus” do Mundo Livre S.A, que aqui aparece revestida com outras cores e roupas. Lúcio Maia consegue nesse novo trabalho solo transpor para ele toda a sua qualidade e atinge um resultado que além de se mostrar inteligente carrega o dom de viciar o ouvinte, o que convenhamos não é tarefa das mais fáceis. Um dos discos do ano até agora. Corra atrás.
Site oficial: http://www.maquinado.com.br
My Space: http://www.myspace.com/maquinado
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