Clint Eastwood está se acostumando a entregar uma obra prima a cada novo filme seu. Sorte a nossa. Depois de filmes como “Sobre Meninos e Lobos”, “Menina de Ouro”, “A Conquista da Honra”, “Cartas de Iwo Jima” e “Gran Torino”, chega com mais uma pequena jóia chamada “Invictus”. Ambientado no primeiro ano de Nelson Mandela como presidente da África do Sul, Clint Eastwood emociona e provoca com inegável maestria.
Nelson Mandela foi libertado da prisão de Robben Island em 1990, onde passou 27 anos acusado de terrorismo. A África do Sul viveu anos e anos de Apartheid, um regime que negava aos negros os direitos políticos, sociais e econômicos. Ao sair da prisão com o fim desse regime esdrúxulo, Mandela marchou para unificar um país fragmentado e sem futuro eminente. Em 1994 foi eleito presidente na primeira eleição aberta a todos e governou até 1999.
“Invictus” conta um pouco dessa história, mas se foca no ano de 1995, onde Nelson Mandela tentava unificar uma nação, sem usar de vingança ou rancor guardado no coração. Em determinado momento fala: “O perdão remove o medo, por isso é uma arma tão poderosa”. Nesse ano especificamente, a África do Sul sediava a Copa do Mundo de Rúgbi, esporte preferido pelos brancos que no time nacional do Springboks tinha seu grande orgulho.
Para mostrar que seu governo não seria uma supremacia dos negros, Mandela tenta de todas as formas fazer um país e vê no Rúgbi uma arma poderosa. Convoca o capitão da seleção nacional François Pienaar para ser um aliado nesse processo e ganha sua admiração e confiança. Morgan Freeman está perfeito como Nelson Mandela. Simplesmente incrível. Matt Damon como Pienaar também está ótimo, apesar de parecer um pouco “fraco” para os padrões do esporte.
Baseado no livro de John Carlin, “Invictus” retira seu título do poema de mesmo nome escrito em 1875 pelo britânico William Ernest Henley. Quando estava preso, Mandela se apoiava bastante nesses versos fortes para sobreviver e seguir. Versos como: “eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”. Da mesma forma que o poema o ajudava, ele repassa para François Pienaar, que também o utiliza como motivação e inspiração.
“Invictus” é um filme poderoso, por mais que algumas poucas vezes deslize para agradar o grande público, como na hora em que os jogadores visitam a prisão ou nas cenas em câmera lenta na hora dos jogos (aliás, estes são retratados com uma realidade pungente). Nada que passe nem perto de diminuí-lo. É um filme onde superação, nobreza e igualdade estão presentes com grande força. Impossível não se emocionar. Clint Eastwood conseguiu de novo.
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