“A Vida Íntima de Pippa Lee” é o novo filme da diretora Rebecca Miller, que assina também o roteiro que é adaptado de um livro seu. Rebecca é filha do famoso dramaturgo americano Arthur Miller e em 2005 com “O Mundo de Jack e Rose” surpreendeu com um trabalho simples, vigoroso e bonito. Nesse mais recente trabalho, no entanto, a diretora não consegue repetir a mesma intensidade despejada anteriormente e acaba se perdendo, onde poderia conseguir bem mais.
Pippa Lee (Robin Wright Penn) é uma dona de casa próxima aos 50 anos e ao que tudo indica leva uma vida feliz e tranqüila, sem maiores percalços. Casada com um bem sucedido editor de livros, interpretado por Alan Arkin (“Pequena Miss Sunshine”) e com dois filhos que já ganharam o mundo para tocar a própria vida, se muda junto com o marido para uma tranqüila região onde a maioria dos habitantes são idosos. Busca sossego e recuperação para o esposo, depois dele sofrer um ataque cardíaco.
Após alguns minutos é que percebemos que a vida de Pippa Lee não é tão simples assim. O filme começa a intercalar o presente com memórias da personagem principal sobre o seu passado, que inclui uma infância complicada por uma família plastificada e uma juventude vivida de maneira inconseqüente, com drogas em demasia. O mundo de Pippa começa a cair também no presente, com ataques de sonambulismos, sua relação com a filha e com o esposo e principalmente a enfadonha sensação de cansaço de tudo.
O elenco de “A Vida Íntima de Pippa Lee” reúne nomes como Keanu Reeves, Wynona Ryder, Juliane Moore, Monica Belucci e Mike Binder, o que mostra o prestigio que a diretora ganhou. A história de uma mulher que superou o passado, vê sua vida mudar completamente e tenta partir para ser feliz mais uma vez, poderia render um filme bem melhor, calcado principalmente na atuação dos atores, porém passa longe disso. Na maioria do tempo é chato e caminha sem conseguir chegar a lugar nenhum.
Também traz algumas formatações típicas do circuito alternativo americano, que não ajudam em nada, como o uso de uma animação em certo momento ou a utilização de cenas surreais para acompanhar os personagens, como a história do nascimento de Pippa Lee. São formas já tão utilizadas que só funcionam se bem exploradas, o que não é o caso específico. Com “A Vida Íntima de Pippa Lee”, Rebecca Miller não consegue convencer e perde a oportunidade de anotar mais um bom trabalho na carreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário