“Avatar” é o nome do novo rebento do diretor James Cameron de “Titanic”. Acho que isso quem gosta de cinema já deve saber há um bom tempo. O filme que vinha sendo pensado pelo diretor há vários anos, finalmente ganha corpo e invade as telas do mundo todo. É um trabalho que pode ser apreciado por vários aspectos. É ao mesmo tempo um romance, um filme de ação e um libelo pacifista e ambiental. É bom então? Depende.
“Avatar” precisa ser visto de maneira básica e simplista por dois prismas. O primeiro reside no visual e na área tecnológica e inovações que acaba por introduzir, como novas técnicas de filmagens e equipamentos, baseados em um orçamento fantástico, um dos maiores de todos os tempos. O segundo é a história em si. A forma que o roteiro conduz a trama e parte na busca de prender o espectador e envolvê-lo com os rumos que serão tomados.
Pela primeira visão, “Avatar” é um filme fantástico. Visualmente deslumbrante, encanta com suas cores e formas. As cenas de ação são de perder o fôlego, onde em certos planos parece que estamos inseridos realmente nas perseguições e batalhas. Pelo segundo lado, o roteiro deixa muito a desejar, sendo um grande amontoado de clichês cinematográficos, sem maiores profundidades e repleto de frases feitas e personagens caricatos.
O longa se passa no ano de 2154, onde o ex-fuzileiro Jake Sully (Sam Whortington), adere a um programa de expansão de uma grande companhia em um planeta distante (Pandora). Jake perdeu o movimento das pernas e quando seu irmão gêmeo morre, ele decide aceitar o convite. O projeto consiste em fazer interface com um habitante de Pandora criado geneticamente e “operá-lo” para se comunicar com os locais. O processo lembra um pouco “Matrix”.
Ao chegar ao planeta, Jake se vê no meio de uma briga entre a ciência, comandada pela Dra. Grace (Sigourney Weaver) e o executivo da empresa interpretado por Giovanni Ribisi. Um quer entender a cultura local, o outro através de seu braço militar comandado pelo Coronel Quaritch (Sthepen Lang), quer somente a riqueza que está debaixo do solo do planeta. Jake Sully entra no mundo dos Na´vi para atender esses desejos e acaba aceito por eles.
Dentro da cultura local o ex-fuzileiro começa a se envolver demais com os costumes e entender a forma que o povo se comunica com sua fauna e flora (em uma ótima sacada de integração total entre as espécies). Além disso, é óbvio, se apaixona. A escolhida é Neytiri (Zoe Saldana), filha do líder do clã. A partir disso, Jake não quer mais voltar a sua forma humana e luta lado a lado com os Na’vi para impedir os humanos de saquearem o seu planeta.
O personagem de Sam Whortington, pode muito bem ser o de Kevin Costner em “Dança com Lobos” ou o de Tom Cruise em “O Último Samurai”, só para ficar em alguns exemplos. Todos os personagens característicos se fazem presente. O militar durão. O executivo que só pensa em lucro. Os cientistas bonzinhos preocupados com o povo. A invasão de uma cultura atrás de seus bens. Clichês atrás de clichês são arremessados na tela sem dó nem piedade.
É claro que nos dias de hoje mensagens sobre a importância da paz e de se cuidar do meio ambiente são sempre desejadas. Mas as coisas soam tão ocas que não convencem. No final, “Avatar” é um filme que é tão, mas tão belo de se ver, que até o roteiro pode ser deixado de lado. O impacto que as inovações tecnológicas implantadas por James Cameron trarão só o tempo dirá. Por enquanto é ir para o cinema, deixar a história de lado e se encantar com esse outro mundo.
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