O Built To Spill está de disco novo. A banda de Doug Martsch está de volta e parece querer retomar a boa forma que exibiu nos anos 90, com clássicos como “Keep It Like Secret” de 1999. “There Is No Enemy” é o sétimo disco de estúdio desses americanos de fórmula sonora pop e repleta de experimentalismo e improvisações. Doug Martsch, líder e principal cabeça pensante do grupo, se dedicou muito para o novo trabalho e toda essa dedicação parece ser recompensada quando as onze faixas vão se sucedendo.
A camada sonora coberta de texturas, barulhos e ótimas guitarras é a base perfeita para o grupo diluir suas belas melodias e poesia meio marginal. A abertura de “Aisle 13” com os efeitos se alternando até entrar um riff simples e eficiente de guitarra, já lembra o velho Built To Spill que se perdeu um pouco nessa década. Doug, com seu vocal característico, canta versos de decepção em passagens como “...todos os dias algo estranho que eu não posso explicar acontece comigo...” Nada mais típico.
Em faixas como “Life's A Dream”, aquele toque de maestria aparece novamente com toda a força. Melodia bonita e um solo de guitarra fascinante servem para Doug despejar esperança, que por mais que pareça juvenil a primeira vista, não é nada gratuita. “A vida não é nada mais que um sonho...”, canta o vocalista em determinado momento. Se olharmos bem para trás e nas coisas que movem o nosso caminho, podemos aceitar que seja isso mesmo. Repito, por mais que pareça juvenil a primeira vista.
As canções com mais de cinco minutos que são tão comuns na sua carreira, aparecem de sobra neste “There Is No Enemy”, como na setentista “Good Ol' Boredom”, na lisérgica “Oh Yeah”, na viagem melancólica de “Done” (...a solidão está ficando difícil de perceber, parece que nunca chega ou que nunca sai...) ou na derradeira “Tomorrow”, com seus sete minutos e quarenta segundos. Em outras como “Pat”, diferente disso, a banda soa rápida, curta e grossa, como o Dinosaur Jr. do inicio da carreira. Versatilidade é um ponto chave.
Com “There Is No Enemy”, Doug Marchst e seus comparsas (Brett Nelson, Scott Plouf e Jim Roth) mostram um disco extremamente prazeroso. Bem tocado, produzido e criativo. Não chega a fazer frente para alguns trabalhos essenciais do grupo, no entanto também não faz feio na sua discografia, principalmente olhando para os dois registros anteriores. É sempre bom ver uma banda como o Built To Spill de disco novo. É colocar para tocar e deixar se envolver pelas viagens sonoras que ela sempre foi craque em proporcionar.
Site oficial: http://www.builttospill.com
My Space: http://www.myspace.com/builttospill
Sobre o “Keep It Like Secret”, passe aqui.
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