O festival de Woodstock completou 40 anos em 2009, então é normal que mais alguns produtos relacionados ao evento que mudou para sempre a música e influenciou no comportamento de toda uma geração, ganhe vida. Um desses produtos é o livro “Aconteceu Em Woodstock” de Elliot Tiber em parceria com Tom Monte, editado pela Best Seller com 301 páginas, que virou filme recentemente pelas mãos do diretor Ang Lee.
A história do festival realizado na cidade de Bethel em Nova York, muitos já conhecem e ótimos documentários sobre o tema dão uma noção do que aconteceu em três dias de shows memoráveis de artistas essenciais de uma época única. Em “Aconteceu em Woodstock”, são apresentados os bastidores do evento, toda a ginástica financeira e estrutural que Michael Lang, o responsável por tudo, teve que fazer para as coisas acontecerem.
Quem conta os fatos é o artista plástico e escritor Elliot Tiber que podemos dizer que “salvou” o festival e com isso acabou por salvar a si próprio. Tiber tomava conta de um hotel na região de posse dos seus pais nos finais de semana, enquanto se dividia entre a vida nesse hotel e a carreira de design de interiores em Nova York, onde homossexual assumido se enfurnava em bares e boates gay, atrás de sexo e alívio.
Quando ficou sabendo em meados de 1969 que o Woodstcok havia sido proibido de acontecer a 80 km da região do seu hotel El Monaco, Ellior Tiber entrou em contato imediatamente com Michael Lang e indicou uma nova área, servindo de suporte para a estrutura que se apresentava, além de intermediar a transação com Max Yasgur, dono da fazenda onde as apresentações ocorreram e viraram lenda.
No livro o autor conta a sua história, desde a infância com um pai ausente e uma mãe judia extremamente gananciosa e indiferente, passando pelas suas descobertas sexuais nos cinemas da cidade e o começo de carreira. Essa parte do livro estende-se muito, toma conta de uns 40% do total e apesar de render boas passagens com nomes como Marlon Brando e Truman Capote, cansa muito no discurso do autor que passa a tratar a questão dos direitos gays como tema principal.
Quando o livro entra nos bastidores do festival é que a leitura ganha novos contornos. A produção do festival teve que subornar um monte de pessoas para que a coisa acontecesse e as narrações das “loucuras” efetuadas são agradabilíssimas. Já pelo final em momentos como a narrativa de Richie Havens tocando “Freedom,” chega realmente a emocionar. “Aconteceu em Woodstock” apesar de um pouco forçado no início, envolve e agrada ao mostrar mais um de tantos lados dessa história única.
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