No começo dos anos 70, Eric Clapton aos 20 e poucos anos já tinha garantido seu nome na história do rock. O currículo trazia clássicos como “John Mayall´s Blues Breakers With Eric Clapton” de 1966, junto com o grande John Mayall e na frente do Cream, com os comparsas Jack Bruce e Ginger Baker, presenteou o mundo com “Disraeli Gears” de 1967. Cansado do centro do furacão que era o Cream e de uma tentativa fracassada em outro super grupo, o Blind Faith, o músico resolveu respirar novos ares.
Junto com o tecladista Bobby Whitlock, o baixista Carl Radle e o baterista Jim Gordon, antigos conhecidos com os quais havia tocado algumas vezes na banda Delaney And Bonnie And Friends, Clapton criou um grupo imaginário, onde a idéia era revigorar-se, encontrar novamente o prazer na música e cunhar mais alguns blues para tocar por aí. Assim surgia o Derek And The Dominos, que em 1970 fez seu único e essencial disco.
Para completar o trabalho do álbum duplo “Layla And Other Assorted Love Songs”, Duane Allman do Allman Brothers foi convidado para tocar guitarra e abrilhanta ainda mais o resultado final. Fugindo e sofrendo de um amor proibido por Patty Boyd, esposa do amigo George Harrison e ingressando no inferno das drogas mais pesadas (heroína) pela primeira vez na vida, Clapton fez o que muitos consideram seu melhor álbum.
“Layla And Other Assorted Love Songs”, tem 14 faixas e já traz na abertura uma grande canção, “I Looked Away”, que tem um sabor pop, sendo a primeira entre as cinco parcerias do disco com Whitlock, parceria que rendeu frutos por mais alguns anos. Depois disso é show atrás de show, com músicas inéditas e regravações viscerais como “Key To The Highway” do bluesman Big Bill Bronzy e “Little Wing” de Jimi Hendrix.
Dois momentos merecem destaque especial. “Bell Bottom Blues”, traz a assinatura que o músico tanto usou ao longo dos anos e um solo de guitarra para emocionar. “Nobody Knows You When You're Down And Out”, começa com a guitarra quase que em um lamento para emendar versos como: “porque não, não, ninguém te conhece/quando você está pra baixo e pobre/em seu bolso, nem um centavo/e quanto aos amigos, você não tem muitos”. Versos que fariam tanto sentido mais a frente na sua carreira.
E é claro que não dá para não falar de “Layla”, um clássico absoluto dessa história chamada rock n’ roll, feita para a quimera Patty Boyd, com Clapton suplicando: “Layla/estou ajoelhado, Layla/implorando, querida por favor, Layla/querida, conforte minha mente preocupada?”, com direito a um solo esplendoroso de Duanne Allman. O Derek And The Dominos acabou algum tempo depois e Eric Clapton tocou sua carreira com maestria, apesar de quase nunca mais esbanjar a absurda qualidade vista nesse disco de 1970.
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