Paul Benjamin Auster é um dos grandes escritores americanos das últimas décadas. Nascido em 03 de fevereiro de 1947, coleciona várias obras excelentes ao longo da carreira, quase todos escritos com extrema maestria. Um dos seus trabalhos mais valorizados é “A Trilogia de Nova York”, publicado originalmente em 1987 e que por aqui ganhou duas edições pela Companhia das Letras, uma em 1999 e outra mais recente em 2007.
O livro é composto por três histórias independentes à primeira vista, “Cidade de Vidro”, “Fantasmas” e “O Quarto Fechado”, que preenchem as 337 páginas do romance. Em todas elas Paul Auster usa um enfoque de cunho policial, calcado em investigações, para maquiar outras questões mais sérias que opta por discutir como a solidão das pessoas, a transformação dessas no decorrer dos anos e a corrupção da sua sanidade.
Na primeira trama chamada “Cidade de Vidro”, Daniel Quinn, um escritor de romance policial, que leva sua vidinha longe dos holofotes da cidade grande, recebe um telefonema no meio da noite de uma mulher que lhe confunde com um detetive particular. Ao aceitar o convite para o trabalho e fazer se passar por outra pessoa, o personagem entra em uma espiral de dúvidas e em certos pontos questiona até mesmo sua própria identidade.
“Fantasmas” traz Blue, um detetive particular contratado por White para vigiar Black (o jogo de palavras é uma marca do escritor). Com o passar do tempo, Blue percebe estar em um beco sem saída e sem respostas. “O Quarto Fechado” conta a história de Fanshawe, que ao desaparecer deixa para trás uma coleção de romances, poesias, sua mulher e filho, junto com uma recomendação para que se procurasse seu melhor amigo para avaliar a obra, e caso valesse a pena, providenciar a publicação.
Nas três histórias que caminham de modo particular até se entrelaçarem na parte final, Paul Auster usa o suspense como a mola para discutir o ser humano. Seus personagens invariavelmente se vêem presos a um destino que não conseguem escapar, por mais que entendam que isso significará sua derrocada. Devaneios e ilusões são o combustível para os questionamentos levantados até sua conclusão, que acaba por deixar mais perguntas que respostas, além de um gosto de quero mais.
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