Um barulhinho parecido com um videogame antigo é interrompido abruptamente por uma bateria. Os segundos vão passando e de maneira gradativa somos apresentados a uma canção, que começa com um “yeah, yeah, yeah, yeah”, para depois seguir em frente. O ritmo segue quebrado, com uns metais dando o ar da graça e o verso “nothing but change” tomando conta. O vocal começa a ser compartilhado, a canção vai ganhando ritmo e pronto, o ouvinte foi fisgado para o resto do disco.
A canção descrita acima se chama “Nothing But Change Part II” é a abertura do primeiro disco dos norte americanos do Harlem Shakes, “Technicolor Health”, lançado oficialmente no mês passado. A banda já tinha um ep no currículo, “Burning Birthdays” de 2007, que causou até um certo burburinho na época. Dois anos depois, a turma do Brooklyn está de volta, um pouco diferente e mais cativante ainda.
O Harlem Shakes é Lexy Benaim no vocal, Todd Goldstein na guitarra, Jose Soegaard no baixo, Kendrick Strautch nos teclados e Brent Katz na bateria. O som tem toques de várias bandas do indie rock, tais como Strokes e Clap Your Hands Say Yeah, mas viaja bem em outras influências, como o rock alternativo americano e um pouco dos anos sessenta, além de investirem em poucas guitarras e mais em pequenos efeitos.
Depois da abertura com “Nothing But Change Part II”, vem o primeiro single, “Strictly Game”, que parece um samba mal feito, com barulhos eletrônicos e backing vocais no refrão cantando “...this wiil be a better year...”. “TFO” traz um vocal quebrado e meio falado em meio a uma melodia que remete aos anos 60. O disco segue em frente com “Niagara Falls” e o seu teclado bastante canalha.
“Sunlight” que vêm na sequência é brilhante, com seus violões e ritmo dispersos em menos de 3 minutos, entra no rol daquelas canções pop perfeitas. “Unhurried Hearts (Passaic Pastoral)” tem mais violões e um vocal remetendo para algum dia perdido nos anos 90. “Winter Water” com piano e efeitos no vocal, tem uma estética baseada no soul dos anos 60, para depois virar uma quase canção do Pavement.
Para fechar, temos “Natural Man” com seus violões, “Radio Orlando”, um indie rock com a pinta dos Strokes, e a faixa titulo, que com sua melodia viajando para a Inglaterra dos anos 80, completa os 37 minutos da obra com chave de ouro. “Technicolor Health” é um competente álbum de estréia, do tipo que vicia a cada nova audição. O seu recheio com os mais variados backing vocals e o vocal bem bacana de Lexy Benaim, destaca o trabalho para entrar na listinha de melhores do ano até agora.
Site Oficial: http://www.harlemshakes.com
My Space: http://www.myspace.com/harlemshakes
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