O que esperar de uma história em quadrinhos escrita por Gerard Way, o vocalista do Chemical Romance? O que passa logo pela cabeça é uma grande sacada de marketing, a fim de atingir o público da banda, em sua grande essência adolescentes (emo, para ser mais claro). Mas por mais incrível que pareça, o trabalho de Way como roteirista de quadrinhos rende bons frutos em “The Umbrella Academy”, série ainda inédita no Brasil.
Antes de adentrar ao universo da “Academia Umbrella”, a hesitação era uma constante. No entanto alguns pontos colaboram já de entrada com o trabalho. Primeiro as edições foram publicadas pela Dark Horse, célebre casa de boas idéias, segundo, o desenhista é Gabriel Bá, irmão de Fábio Moon, responsável junto com o irmão por “10 Pãezinhos” e por fim, os prêmios Eisner Awards e Harvey Awards ganhos pela série ano passado.
A história em si não traz nenhuma novidade, mas é construída de maneira competente, sendo capaz de prender o leitor na revista até que se conheça o final. O roteiro explora grandes clichês, mas também os questiona de certo modo, o que acaba dando um charme especial a trama. Os momentos de ação e aventura são bem alinhados com a parte mais dramática, o que deixa a narrativa sempre com bom ritmo.
Tudo acontece quando 42 crianças nascem com poderes especiais, sendo que para proteger mundo de uma ameaça futura, o milionário Reginald Hargreeves reúne para treinamento as 7 crianças que consegue encontrar, as demais não são achadas. De inicio seus pupilos são conhecidos apenas por números de 1 a 7, para somente depois ganharem nomes. No começo tudo vai bem, até que aos poucos a academia vai desmoronando e separando os “irmãos” de criação.
Nove anos depois, todos se reúnem para o funeral do seu mentor. Toda a frustração de anos e da forma como foi conduzida o seu crescimento vem a tona entre os membros sobreviventes da academia, provocando amplos conflitos. Em cima disso, inserem-se planos de destruição mundial (lógico!), brigas, viagens no tempo, macacos falantes, vilões góticos e mais alguns bons toques de fantasia como recheio.
Em “Academia Umbrella”, Gerard Way faz muita gente dar o braço a torcer (inclusive eu), mais uma prova fiel que é preciso conhecer o trabalho, antes de virar as costas. Gabriel Bá com seu traço que ora lembra o argentino Eduardo Risso (“100 Balas”), ora o mestre Mike Mignola (“Hellboy”) dá um verdadeiro show e transporta a história de Way para as páginas com mérito de sobra.
Aqui no Brasil, a Devir anunciou que lançará a série este ano.
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