Hipnótico. Fascinante. Transe Coletivo. Difícil descrever o que foi o show do Radiohead na Chácara do Jockey em São Paulo, neste histórico domingo 22 de março de 2009. Uma coleção de momentos que irão ficar guardados na memória durante toda uma vida para aqueles que compareceram e passaram por uma seqüência de abusos e desrespeitos por parte da produção, que macularam a imagem do evento como um todo.
O Festival começou no horário e devido a bagunça que foi chegar e entrar no local, acabei por perder as primeiras quatro músicas tocadas pelos Los Hermanos. A apresentação foi apenas boa, com o público entoando todas as canções em quase uníssono. Talvez a escolha do repertório não tenha sido das melhores, mas o aquecimento ao som de músicas como “O Vencedor”, “Casa Pré-Fabricada” e “Sentimental”, foi extremamente válido.
Em seguida foi a vez do Kraftwerk subir ao palco. Apesar de ter somente o Ralf Hütter da formação original, foi complicado ficar indiferente ao show visual proposto e aliado a canções como “Radio-Activity” e “Autobahn”. Mesmo não sendo grande fã do grupo, ver o show deles será contado por muito tempo, afinal ali está uma das páginas da música moderna e sua evolução através de outros artistas influenciados por eles.
A expectativa já dominava quando se pode ouvir o início de “15 Step”, a já esperada abertura começou o delírio absoluto que foram as próximas horas. Na sua seqüência veio “There There”, arrebatadora com suas batidas e ritmo. O show foi em frente com uma colagem de várias fases dos ingleses, retratadas em canções como “All I Need”, que emocionou bastante, “Karma Police” cantada a plenos pulmões e “Weird Fishes/Arpeggi”, que se mostrou melhor ainda ao vivo.
A seqüência que encerrou a primeira parte do show foi arrebatadora, com “Jigsaw Falling Into Place”, “Idioteque”, “Climbing Up The Walls”, “Exit Music (For a Film)” e ”Bodysnatchers”. Nesse momento procura-se em vão o fôlego perdido. Vem o primeiro bis, com Thom Yorke esbanjando lirismo em “Videotape” para depois entrar em “Paranoid Android” que rendeu um dos momentos mais emocionantes, com o público cantando depois da música em um dueto fascinante com Yorke.
Em seguida “Fake Plastic Trees” arrasa com aqueles que ainda conseguiam manter a sanidade. Mais “Lucky” e “Reckoner” encerram essa parte. Hora do segundo bis e a banda abre com “House Of Cards” e fecha com “Everything In Its Right Place”. Nessa hora a alma já não é a mesma, o coração bate cansado e paradoxalmente feliz, enquanto os olhos buscam alguma explicação nos amigos ao lado.
A banda volta para mais um bis (o terceiro!!) e Thom Yorke brinca com o público antes de “Creep”. Imagens se confundem e buscam rostos na mente em minutos surreais e fantásticos. O show acaba e a sensação que transborda a Chácara do Jockey não consegue encontrar significado. As pessoas se entreolham tentando entender o que acabou de atropelá-las e seguem em procissão para a saída.
No final de tudo, o Radiohead fez o melhor show que se poderia esperar deles, honrando com sobras toda a expectativa gerada. A banda realizou um casamento perfeito com o público que entrou em transe durante seu show. Los Hermanos e Kraftwerk, foram dois bônus de alta qualidade. Agora como evento o “Just a Fest” deixou muito a desejar, uma total e absurda falta de respeito, para com os seus consumidores, que precisaram atravessar uma verdadeira aventura para chegar e sair. Lamentável.
2 comentários:
Olá, Adriano!
Indiquei seu blog para o prêmio Dardos 2009, as instruções estão
no meu último post!
beijo
Opa...brigadão!! :)
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