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Na sua mais nova empreitada intitulada “O Silêncio de Lorna”, essa tendência naturalista continua presente em uma obra inferior aos filmes citados acima, mais ainda carregada de algum brilhantismo. O longa ganhou como melhor roteiro ano passado em Cannes, laureando mais uma vez o trabalho competente da dupla. “O Silêncio de Lorna” não é em nenhum momento fácil e deixa o espectador às vezes meio desconfortável.
Na película somos apresentados a Lorna (Arta Dobroshi), uma albanesa que para conseguir se estabelecer na Bélgica, faz um casamento arranjado com Claudy (Jérémie Renier), um dependente químico que namora o desespero dia a dia. A principio o trato parece bom, Lorna consegue sua cidadania e Claudy mais dinheiro para se drogar. Depois que tudo acontecer, ela se divorcia e casa com um russo que está atrás de cidadania.
Lorna está em busca não somente de um lugar melhor para morar, como também de um sonho, que é montar seu próprio negócio com o namorado e começar outra vida. Para agilizar o divórcio e colocar novamente Lorna disponível para casar, o agenciador do negócio tem o plano de matar Claudy, pois ele é um drogado e um drogado a menos não levanta suspeita não é mesmo? Lorna começa a entender que não.
Além de dissertar sobre um tema bastante atual e recorrente na Europa nos dias de hoje que é a imigração, os irmãos Dardenne mais uma vez exploram a relação entre a racionalidade prática dos atos da sociedade, por mais sujos que sejam contra o anarquismo que os sentimentos humanos podem chegar. Até onde se consegue cavar para conseguir algum objetivo? Essa é a pergunta que fica subentendida e infelizmente não encontra resposta.
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