O escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo é um dos maiores nomes da nossa literatura, principalmente no que tange a crônicas e pequenos contos. Seu olhar sobre o cotidiano do ser humano e por conseqüência do brasileiro já produziu crônicas clássicas. Sempre com um olhar bem humorado e ao mesmo tempo crítico, Veríssimo dissecou como poucos o dia a dia das pessoas.
Aos 72 anos, chegou às livrarias em 2008 pela Editora Objetiva, mais um apanhado de textos seus com o nome de “O Mundo é Bárbaro (e o que nós temos a ver com isso)”. As 69 crônicas reunidas no livro, foram escolhidas dentro de um universo de 500 textos, escritos pelo autor nos últimos oito anos e publicados regularmente nos jornais em que mantém sua coluna.
Em “O Mundo É Bárbaro”, temos um Veríssimo que envereda mais pela crítica política, social e até mesmo ambiental, deixando um pouco de lado aquele humor mais fácil e cotidiano, indo ao encontro de ponto de vistas mais irônicos e por que não cínicos. Veríssimo versa desde economia passando pelos USA, Brasil e China até o futuro do mundo, passando pela capacidade das pessoas em produzirem coisas “bárbaras”.
Apesar de parecer um pouco (ou bem) pessimista durante a leitura, o autor presenteia o leitor com ótimos textos como “Como seria”, “Meus dois pedidos”, “Fora, povo!”, “Os meios e os fins”, “Sem vacina”, “Fatalismo”, “O básico de cada um”, “Reis e reis”, “Saudade de Waterloo”, “The queen”, “Peixe na cama” e “Dar certo”, que se destacam um pouco mais entre os demais.
Apesar do pessimismo, Veríssimo mantêm o um olhar cortante sobre a nossa pretensa “sociedade”, mesmo que disfarçado com leveza. Como diz Sérgio Augusto na contracapa: “Se a maneira mais perversa de se homenagear um autor é plagiá-lo, a maneira mais segura de avaliar suas qualidades é tentar aprimorá-lo. Experimente pegar um parágrafo qualquer de Veríssimo e tente aperfeiçoá-lo (...) Não se surpreenda se todos julgarem o original melhor.” Assino embaixo.
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