Existem certas coisas na vida que carecem de explicação. Procuramos e procuramos palavras para definir e acaba-se por não se contentar com nenhuma. O show do R.E.M ontem no Via Funchal em São Paulo é uma dessas situações. Por mais que venha a mente, palavras como sublime, perfeito, mágico, encantador ou maravilhoso, ainda assim estas parecem ser pequenas para mensurar a apresentação. Talvez se juntássemos todas e a partir delas viesse algo novo, isto poderia servir. Talvez.
A banda que passa pela segunda vez no país (primeira em São Paulo), deixou os fãs com momentos para sonhar por um bom período de anos. O show traz na bagagem o mais recente trabalho do grupo, o excelente “Accelerate”, além de hits e mais hits de quase trinta anos de carreira. A banda abriu com “Living Well Is The Best Revenge” e “I Took Your Name” para depois entrar com a setentista “What´s The Frequency, Kennety?” e levar todos ao delírio pela primeira de muitas vezes.
Em seguida Michael Stipe cantaria “Fall On Me”, em que os backing vocals de Mike Mills emocionaram muito mais que o habitual. “Drive” que veio a seguir já encontrou uma platéia totalmente entregue, que cantava junto e aderia ao transe da canção. Em seguida uma música do novo disco, “Man-Sized Wreath”, “Ignoreland” do Automatic For The People em versão poderosíssima e mais uma do último trabalh,o “Hollow Man” que foi devidamente inserida por Stipe, com um discurso de crença nos USA e em seu novo presidente Barack Obama que aparecia nos telões.
“Electrolite” chegaria para causar um dos pontos altos da apresentação. Um dos momentos mais mágicos que já passei na frente de um palco. “The Great Beyond” veio antes de mais alguns minutos que beiraram o transcendental, “Everbody Hurts” fez chorar, sonhar, lembrar. Díficil esquecer. Depois mais um grande hit, “Imitation Of Life”, levantou de novo a apresentação. Em “She Just Wants To Be”, Michael deu um show a parte. Dançou, rebolou, entrou em estado hipnótico. “The One I Love”, outro mega hit, levou novamente todos ao delírio enquanto gritavam o refrão a pedido do vocalista.
O show poderia ter parado ali que já teria valido a pena. Mas teve mais, muito mais. Em um momento ímpar, a banda tirou da cartola a bela “Swetness Follows” para surpresa de muitos e fez um set acústico com todos juntos, que contou também com “Let Me In”. Assombroso. Depois novamente as guitarras falaram mais alto e veio as rápidas e potentes “Bad Day”, “Horse To Water” e “Orange Crush”(esta para delírio geral). Para encerrar, o clássico “It´s The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)” jogava fogo na platéia que ensadencia enquanto gritava a todo vapor o refrão.
Quando a banda encerrou essa primeira parte, no palco vinha a frase “Quer mais R.E.M?”. Quase o Via Funchal veio a baixo. A banda volta com Mike Mills de camisa 7 do Brasil e a banda engata o mais novo hit “Supernatural Superserious”, que funciona perfeitamente. Depois o público e a banda parecem um só, “Losing My Religion” envolve todos de maneira única. “Animal” vem em seguida, abrindo caminho para Mike Mills encantar cantando uma antiga canção, o country rock “(Don´t Go Back To) Rockville” que também emocionou muito, principalmente os mais velhos.
Para fechar as duas horas de apresentação, a banda tocou “Man On The Moon” e o público retirou suas últimas forças para pular e cantar mais um dos clássicos de Stipe, Mills e Buck. Fim de show e o público presente contemplava grato e esperançoso de mais um retorno. As feições esbanjavam satisfação. Ao vivo, o R.E.M provou porque é uma das maiores bandas da história. Stipe é genuíno. Sorri, canta, dança e provoca porque quer, porque se sente bem. Mills é genial. Buck, o anti guitar hero fantástico. A banda já deixa saudades e momentos que serão lembrados por muitos e muitos anos.
2 comentários:
Imagino a tua emoção! =D
O bacana é que o Terra é mesmo muito bem organizado, apesar de trazer algumas coisas equivocadas. Como o Pato Fu ano passado, por exemplo. Mas é legal mesmo. ;)
Em uma semana estarei nessas terras acinzentadas e frias. Bora ver se descolo algo legal por aí...
Beijinhos
Foi memoravel minha amiga :)
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