Ficar marcado para o resto da vida por causa de uma só coisa deve ser frustrante. Isso no mundo da música é bem pior. Vários artistas ou bandas serão sempre lembrados apenas por uma música, limitando suas carreiras a isso. Algumas vezes isso pode ser justo, mas em outras é completamente injusto. O cantor inglês Seal, cabe muito bem nesse segundo grupo.
Muitos lembram dele apenas como o cantor dos sucessos “Kiss From A Rose” e “Crazy”, como se sua carreira fosse somente isso. Desde 1991 lançando discos, o cantor sempre fez uma mistura bem azeitada de dance music com o soul. Apesar de alguns deslizes durante os anos, resultando em discos bem mais ou menos, o saldo de sua vida artística pode ser considerado bom.
Após lançar o apenas mediano “System” no ano passado, o cantor volta em 2008, com o álbum “Soul”, em que revisita onze grandes canções do genêro, passando por nomes como Sam Cooke, James Brown, Otis Redding e Al Green. Sobre o trabalho o músico falou: “esse é um disco atemporal e que agrega muito do que sempre ouvi. Era inevitável gravar algo disso”.
Em “Soul”, Seal dá um verdadeiro show, canta com paixão um repertório muito bem escolhido variando entre estandartes e canções menos conhecidas, destilando todo o seu talento vocal. O libelo sessentista “A Change Is Gonna Come” de Sam Cooke abre os trabalhos em arranjos inspirados, para ser seguido por uma bela sequência de canções que merecem ser escutadas diariamente.
Destaques maiores para as versões de “I've Been Loving You Too Long” de Otis Reding, a ensolarada “It´s Alright” dos Impressions, a balada “If You Don't Know Me By Now” (já gravada pelo Simply Red) do Harold Melvin and the Blue Notes, aqui em versão inspiradíssima e uma bonita e emocionante releitura do clássico “Stand By Me” de Ben E. King, imortalizada por John Lennon.
Vale bem a pena.
Site Oficial: http://www.seal.com
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