Sexta feira. 19 de setembro de 2008, por volta de 21hs. Belém, Pará, Brasil. Começava o III Festival Se Rasgum, prometendo ser o melhor dos três, com novas propostas e uma escalação de bandas que deixava no ar muita expectativa. Logo quando entrei na estrutura do African Bar e o Natanael detonava os primeiros riffs com seu “Velocípedes”, deu para perceber um ambiente mais organizado, com uma feirinha mais cheia. Bons indícios.
Abrindo o festival o pequeno grande Natanael detonava suas canções para um público que ia aparecendo. Show correto. Depois foi a vez do “Vinil Laranja” subir no palco secundário (o assim chamado “inferninho”) para tocar sua proposta de rock. Sinceramente não gosto muito do som deles (cantar em inglês não para todo mundo), apesar da banda ter um pucnh razoável ao vivo.
Em seguida foi a vez do desconhecido “Mini Box Lunar” do Amapá. Grata surpresa. Nada demais, mas além de uma boa perfomance de palco, divertida e pra cima, a banda tem uma sonoridade bem bacana, apoiada nos anos 60, Rita Lee e Mutantes. Divertiu bem. Em seguida os cearenses do “O Garfo” explodiram o ar com uma guitarra com riffs certeiros e uma cozinha para lá de concisa, guiando o rock instrumental que os caras fazem.
Passando um pouquinho das 23hs, o grupo de hip hop “SequestrodamentE” assumia seu lugar. Boas rimas, quatro vocalistas se revezando, o grupo agradou quem viu atentamente seu show. Depois foi a vez daquele que na minha opinião foi o melhor do dia. Os gáuchos do “Tom Bloch” fizeram um show perfeito (apesar de curto), baseado no seu último disco. Além do Pedro Veríssimo (foto) e do Iuri Freiberger, eles vieram acompanhados de dois excelentes músicos na guitarra e baixo.
Em alguns momentos como em “A Dúvida”, o Pedro Veríssimo se mostrava meio surpreso com o público cantando junto. Em bate papo depois com o Iuri ele mesmo confirmou essa impressão. Showzaço. Em seguida no palco principal, o “DJ Maluquinho” ídolo do tecno brega local deu as cartas e empolgou geral. O ritmo paraense com a proposta “Mamonas Assassinas” na vestimenta, promoveu inúmeros sorrisos e divertiu o público. Uma aposta arriscada da produção que deu certo.
Em seguida mais um show foda do festival. Os cearenses do “Montage” detonaram tudo. Esqueça a música dos caras (que não é lá muito bacana), ela é apenas um pequeno ponto da apresentação, o que vale mesmo é presença de palco. Muito foda (desculpe mais um palavrão). Daniel Peixoto e Leco Jucá fizeram o inferninho parecer realmente um pequeno pedaço despreendido do reino do anjo caído dos céus.
Em seguida vinha o “Canastra”, uma das bandas mais esperadas do festival. Os cariocas fizeram tudo que se esperava deles e destilaram um repertório com hits underground que muitos cantaram juntos. Só não foi perfeito porque acho que o seu som não funciona em lugares tão abertos quanto o palco principal, ficaria melhor no outro. Depois chegaria outro ótimo show. Lá vinha o "Laurentino Style".
Mestre Laurentino é uma figura ímpar. Acompanhado de músicos como Calibre e Léo Chermont (completamente ensandencidos) promoveu uma jam simplesmente impagável. A fusão de ritmos no rock mais cru, empolgou muito e cravou um lugar nos melhores da edição. Quando a apresentação chegava ao fim, depois de muitas cerpas devidamente consumidas na canequinha charmosa e bacanuda que estava a venda pela Libra Design no local, fui me dirigindo para a aguardada apresentação da já lendária "Plebe Rude".
A Plebe subiu ao palco com o Clemente dos Inocentes em uma guitarra, acompanhando Philippe Seabra, André X e o baterista Txotxa e fizeram emocionar. Apesar de muitos dos presentes não conheçar em grande parte o seu repertório, aqueles que conheciam estavam reconhecidamente satisfeitos enquanto cantavam hinos punks oitentistas como “Brasília”, “Proteção” e “Sexo e Karatê”. Ótimo show.
Enquanto o relógio apontava mais de quatro da manhã e a Plebe começava a encaixar o hino-mor “Até Quando Esperar” para encerrar o seu show, me dirigia cansado, um pouco bebâdo e plenamente satisfeito para casa. Para descansar e esperar o próximo dia, que se for igual ao de hoje valerá tão a pena quanto.
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